É curioso como com tudo isto da telelabuta, um bicho humano como o Velopata até se esquece como é o quotidiano da urbe.
Por exemplo; o Velopata seguia a penantes e com o Velopatazinho às cavalitas por uma ruela onde o passeio naquela fofinha calçada portuguesa era de uma largura inferior a “estreito”, quando um enlatado lhe passou com o espelho lateral esquerdo a escassos milímetros do braço, percebendo-se que seguia em excesso de velocidade e velocidade excessiva e sua empatia e zelo para com outros bichos humanos, ainda para mais acompanhados de crias, será… Nulo.
Depois foi um daqueles enlatados formato jipe. Enquanto Velopata e Velopatazinho eram forçados a atravessar um pedaço de alcatrão onde não existia passadeira à vista, buzinou, gesticulou e vilipendiou Velopata e seus antepassados apenas porque aquelas duas alminhas atravessando a estrada o fariam perder aí uns 10 segundos da sua importante vida. Para além de o obrigar a reduzir sua velocidade excessiva e excesso de velocidade, acto que todos sabemos ser de uma trabalheira e uma canseira extenuantes.
Todas estas coisas lembraram o Velopata do que é a Cidade.
É um lugar pejado de raiva mas também de excitação, contendo seu próprio e especial tipo de beleza, infelizmente cada vez mais dissociada de árvores, céu, água e estrelas, cada vez mais distante do mundo natural.
Mas a Cidade é principalmente um grande amontoado de “Olha só para a minha conta bancária”, podendo mesmo substituir-se “conta bancária” por “enlatado”, “casa”, “empreendorismo”, “glandulas mamárias de silicone” ou o que quer que seja.
“Eu consegui ou estou prestes a conseguir.”
Parece ser o mote.
A ironia é que ninguém consegue nada mesmo.
Apenas se vive, ou sobrevive, uns mais, outros menos tempo, uns mais felizes, outros mais infelizes mas… No final, quando as contas são feitas… É apenas isso, sobrevive-se.
Enquanto (sobre)vivem, alguns tentam lançar boas energias no Éter.
Mas outros há, como aquela troupe com quem o Velopata cruzou pedalada num destes últimos fins de semana que chegava ao fim de sua aventura ao longo da Mítica Estrada Nacional 2, que parecem apenas existir para azucrinar a vida de outros. Assim, como quem azucrina mesmo.
Fugindo do rugido da Cidade, o Velopata procura nas bucólicas estradas algarvias por um salutar momento de comunhão com a Natureza.
As paisagens e seus cheiros.
Quando se ocupa o cérebro com nada e com tudo simultaneamente.
A última coisa que lhe apetecia era apanhar uma série de mafarricos ressabiados enlicrados e suas Bicicletas full aero carbon com laivos de Tour de France de Fim de Semana.
Desde pisar traços contínuos, fazer curvas cegas em contramão, cortar a trajectória velopática durante curvas em descidas técnicas, verdade seja escrita; o WordPress tem um limite de palavras que o Velopata tem medo de exceder se aqui contar todas as atrocidades que viu ser cometidas.
Depois queixam-se que os enlatados isto e aquilo e… Bem, isso é algo que há muito na Cidade.
Aquela moral.
Não deixa de ser caricato matutar como quem matuta mesmo em como será o comportamento daqueles espécimes quando não montados em suas Bicicletas e sim nos seus enlatados – respeitarão a distância de segurança quando ultrapassam um daqueles moçes vietnamitas (ou lá de onde eles são), explorado nas nossas produções agrícolas que segue montado numa Bicicleta da Sportathlon?
Claro que isto podem apenas tratar-se dos discursos retóricos, deambulações na maionese e protestos de trazer por casa apenas para cair em saco-rôto, de uma espécie de bicho humano armado ao blogociclista que vê rapidamente aproximarem-se os 4 anos de existência deste espaço.
Vendo também as idéias, ânsias e desejos ficarem muito aquém.
Mas de uma coisa o Velopata tem a certeza – nestes 4 anos de existência… Este Terceiro Calhau a contar do Sol, salvo as fugazes aparições de raios de luz emanados pelo Velopatazinho, está um lugar pior.
E as perspectivas não são própriamente auspiciosas.
Por isso não sejam como aquela troupe com quem Velopata cruzou pedalada.
Mais Respeito uns pelos outros se faz favor.
Que é mais ou menos o mesmo que pedir para acarditarem no Pai Natal.
Jersey Papa-Quilómetros
1º Professor Carochas – 2220,7 Km
2º O Pinto – 1856,9 Km
3º Giuseppe Anconelli – 1832,1 Km
Jersey Carapau de Corrida
1º Pro Ressabiado – 32,8 Km/h
2º Duarte Costa – 31,8 Km/h
3º O Coelho (o Fernando) – 31 Km/h
Jersey Cabra da Montanha
1º Professor Carochas – 38708 m
2º Mr. Sock – 23057 m
3º Placas – 21648 m
Jersey Alucinado Diário
1º Romão Leiria – 83 R.S.
2º O Coelho (o Sérgio) – 30 R.S.
3º Isidro Roberto – 28 R.S.
Jersey Melhor Batráquio
1º O Senhor Triatlo – 1131,6 Km
2º Comandante Batráquio – 960,4 Km
3º Chora-Meninas – 729,7 Km
Jersey Lanterna Vermelha
Frinxas él Térribelé ®️
Jersey Melhor Macho Ressabiado
1º O Pinto
2º O Presidente da Junta Velocipédica Neves
3º Professor Carochas
Jersey Melhor Fêmea Ressabiada
1ª Felisbela De Sousa
2ª Pro Ressabiada
3ª Susana Fialho
Jersey Crazy Ride
1º Pinto & Presidente da Junta Velocipédica Neves – BikingMan Portugal
(podeis ler a crónica do que foi esta aventura do mais grande barreirense clicando aqui)
2º Zé Obelix – Portugal Divide
3º Professor Carochas – Everesting (pedalado em Agosto mas prontoss).
Como habitual; reclamações, sugestões mas principalmente elogios, podem e devem ser enviados para:
fartodistotudo@elevaimasévirareremita.mail.com
Abraços (à segura distância higiénica) velocipédicos,
Velopata