Parte I – No início era a Gaveta

Como qualquer progenitor ambientalmente responsável de uma cria com 3 voltas completas ao Sol poderá constatar, não estão disponíveis no mercado quantidades suficientes de brinquedos cujo motivo seja a gloriosa Bicicleta.

Menos ainda em modelos, tamanhos ou quantidades mínimamente equiparáveis às criações do vil jugo opressor tirânico do enlatado.

E assim se conspurcam as mentes de nossos infantes.

Como ele (o Velopata), já está farto de dizer e escrever; se quereis mudar mentalidades em relação ao uso da Bicicleta, principalmente no que ao contexto urbano refere, então é imperioso que se moldem esses valores e princípios em tenras idades, nunca esquecendo que burro velho não aprende línguas.

Sempre disposto a contribuir como quem contribui mesmo, hoje o Velopata chega até vós com a confissão de um Projecto no qual muito ele tem labutado, muitas horas de soninho recuperador bom perdidas.

Um Projecto sobre…

Crianças e Bicicletas.

O Velopata ainda não decidiu quanto ao formato no qual este será desenvolvido, de modo a garantir o agradar às camadas infantis enquanto sub-repticiamente se tenta divertir também os progenitores.

Os primeiros episódios estão escritos.

Mas lá está… As dúvidas existenciais quanto ao formato.

Uma Banda Desenhada?

Uma aventura youtubiana?

Que vozes? Que banda sonora?

Lá está… Decisões, decisões.

Hoje, o Velopata mostra-vos para lá da gaveta.

 

AS AVENTURAS DE (INSERIR NOME PERSONAGEM PRINCIPAL)

Um petiz na idade da aventura e descoberta da vida como outro qualquer, com a notória diferença que, ao contrário de muitos outros, a nosso herói faz da Bicicleta a sua companheira de aventuras. O que não surpreende se atentarmos a sua Família – o Pai tem um grave condição psicológica, ainda não identificada pela comunidade científica, que é a taradice por Bicicletas. Restam à Mãe as despesas educativas das restantes competências do mundo civil.

O que se entende perante imagens do quotidiano do lar.

Não admira, portantos, que a Mãe mantenha sempre seu melhor amigo por perto, o Megafone.

Não obstante, são uma Família íntegra e acima de tudo, unida.

Nas suas aventuras, o nosso herói não está sozinho. À semelhança de muitos outros importantes cargos governativos socialistas, não será surpresa nenhuma que seus comparsas aventureiros sejam… Seus Primos.

Unha com carne, os Primos estão lá para o que der e vier nas aventuras do nosso herói.

Da esquerda para a direita; o nosso herói, os manos Maria (não, não são de Cascais), e os fenomenais manos do estrangeiro do norte do país.

A vida do nosso herói tinha tudo para ser mais uma história de sucesso; brincar e crescer, boas notas na telescola, perder a virgindade, as primeiras bebedeiras, um curso superior, arranjar um emprego de sonho que são os Recibos Verdes num qualquer Call Center.

Um privilegiado, portantos.

Mas num mundo imperfeito, nunca se pode esquecer aqueles que só o querem ver a arder.

OS VILÕES

There will be… Canídeos.

Que filosóficas questões se esconderão por trás do agressivo comportamento canídeo aquando do encontro com uma Bicicleta?

E os grandes vilões da saga – Drácula Enlatado e Frankenstein Alcoolizado (nomes provisórios a título meramente exemplificativo).

O objectivo maquiavélico?

Através das ondas 5G geradas pelo seu Telefone Esperto, para além do tenebroso e desconhecido Enlatadovírus que transmite pela saliva de suas dentadas, Drácula Enlatado quer infectar todos com a doença Carrovid-19, uma atroz maleita que afecta ao nível psicosomático, fazendo suas vítimas s´acarditarem que só conseguem sobreviver se sentados ao volante de uma poluente lata.

Mas Drácula Enlatado não está sozinho.

Com o auxílio de seu fiel comparsa do mal, Frankenstein Alcoolizado, produziram ainda uma bebida feita à base de Pitrólionyte, que permite disseminar ainda mais a Carrovid-19!

Frankenstein Alcoolizado recorre à sua lata de duas rodas para enganar incautos transeuntes a beberem Pitrólionyte.

Com o maquiavélico poder destes dois vilões concentrado, o nosso herói necessitará mais que apenas a ajuda de seus Primos e Família para combater o propagar do Enlatadovírus e o falgelo da Carrovid-19.

3 Carrovid-19 em diferentes estados de maturação tentam infectar uma Bicicleta Dobrável.

Assim conhecemos os dois Líderes Espirituais, que no seu auxílio ao espírito nobre e altruísta do nosso herói, nunca descansarão enquanto não derrotarem as forças do mal.

E claro, a Mãe Natureza não podia faltar à luta – eis o Xamã.

O Xamã representa a inesgotável fonte de sabedoria que muito necessitará nosso herói beber.

Ou fumar.

Incensos e cogumelos que fazem rir. Poções e cigarros que promovem o VO2 e o FTPmax.

Mas não se deixai enganar.

Por trás daquela capa de moçe que ganha a vida a prever o futuro em ossinhos de Chihuahua ou a vender drogas psicadélicas, o Xamã esconde um grande poder.

O Xamã consegue transformar-se numa série de animais diferentes, assim mostrando sua veia camaleónicofílica. Óbviamente que não se transforma em todos em simultâneo, esta fotografia mais não foi que uma montagem para o mui querido leitor melhor entender – o Xamã, apesar de todos seus poderes, terá sempre de respeitar o Princípio de Conservação da Massa.

Também não podia faltar o Líder Espiritual da Religião Velominati.

O Escolhido por Suas Altas Eminências Velocipédicas para guiar o nosso herói rumo à Eterna Glória Velocipédica.

Uma espécie de mito urbano, ele é um espectro das glórias velocipédicas de outrora.

O Pirata.

Que apesar de, na realidade, mais não ser que um Sem-Abrigo que lida com inúmeros problemas de álcool e drogas, o Pirata tem sempre um importante conselho velocipédico a partilhar dada a sua experiência a sobreviver pedalando em contexto urbano.

E claro, como em qualquer boa história na via pública, o que não faltarão são Transeuntes.

Da esquerda para a direita temos loucos suicidas urbanos em Bicicletas Fixie, Yuppies intelectualóides de Esquerda em Segways e Peões Descaracterizados.

Temos também Betinhos Surfistas de Cascais.

Verdade seja escrita, nenhuma história ficaria completa sem uma dose q.b. de Minorias Étnicas.

E claro, os que seguem logo atrás, os Cosplayers Chegófilos.

Juntai a tudo isto umas Moças de Ermesinde;

Claro que a participação das Forças de Autoridade e Segurança não podia ser negligenciada;

E o que temos aqui?

Uma grande barraca armada.

É que do futuro, uma ameaça ainda mais inominável paira sobre nossos pequenos heróis.

Um moçe com uma personalidade tão vil que só podia resultar na mais perigosa de todas as invenções futuristas – uma arma que dispara raios capazes de transformar tudo e todos em enlatados.

Ele é Alset, o enlatado do futuro.

Voa e tudo.

O pior?

Alset não vem sozinho de um possível não-assim tão longínquo futuro, para todos enlatar.

Na sua sombra, aterrorizando a bicharada humana não-enlatada, chegam pequenos pérfidos diabretes carregados de superpoderes do mal, oriundos dos mais negros pesadelos obscuros que o vil jugo opressor tirânico do enlatado do futuro conseguiu congeminar – os Mutantes do Planeta Zing.

O exército de Mutantes do Planeta Zing é vasto.

 

Conseguirão os nossos heróis salvar o Planeta das garras do vil jugo opressor tirânico enlatado?

Conseguirão os nossos heróis triunfar?

 

–  Se são para essas brincadeiras com o teu filho eu vou mas é deixar de comprar bonécada cá para casa.

E assim a Srª Velopata amandou a brincadeira e estória para a gaveta.

 

Abraços (à segura distância higénica) velocipédicos,

Velopata