Os habitantes de Faro, nunca esquecendo que se és de Faro és farense, dificilmente continham o entusiasmo ante a visita da quadragésima sexta edição da Volta ao Algarve no que seria o arranque da terceira etapa na sua cidade, mui importante evento velocipédico decorrido no último dia vinte e um de Fevereiro deste ano de Nosso Senhor Joaquim Agostinho de dois mil e vinte.
Aliás, a comoção e excitação eram tais que vários Agentes da Autoridade só não terminaram o dia à espera nos corredores das Urgências do Hospital de Faro e em destaque num pomposo Alerta CM porque muitos civis certamente s´acarditam que as Forças da Autoridade ainda se munem daqueles cacetetes com a peçinha da pega em metal, eficaz utensílio entretanto proibido para muita tristeza dos tóxicóindependentes, arruaceiros e prevaricadores da Ordem Pública em geral.
Todo este reboliço teve seu início muitas horas em antes do mais importante certame velocipédico algarvio ter sequer colocado sua primeira repelente baia de segurança para bloqueio do gratuito estancionamento enlatado civil.
“ISTO É UMA VERGONHA!”
“ONDE JÁ SE VIU ATRAPALHAR ASSIM A VIDA DAS PESSOAS QUE ANDAM A TRABALHAR?”
“MAS TU QUERES-ME VER QUE VOU TER DE PAGAR PARA ESTACIONAR O MEU CARRO?!?!”
“VOCÊS ESTÃO A DEIXAR O TRÁFICO NUM CAOS! VOU CHEGAR ATRASADO AO TRABALHO POR CAUSA DESTA GENTE QUE ANDA AQUI A BRINCAR COM BICICLETAS!”
Estes e outros argumentos foram ouvistos pelo Velopata enquanto caminhava na direcção do certame, esgrimidos em full Caps Lock e atirados pelos indignados civis à face dos Agentes da Autoridade que delimitavam o acesso ao mui adorado e gratuito parque de estancionamento da urbe farense.
E é por estas e por outras que o Velopata s´acardita que os cacetetes vintage deviam regressar, nem que fosse apenas nestes dias…
Agora imagine-se que todo este alvoroço e fecho de secções do gratuito parque de estancionamento se devia, por exemplo, à celebração da conquista do Campeonato Nacional desse desporto menor que são vinte e dois moçes aos chutos a um objecto esférico de poliuretano pelo Sport Faro e Benfica.
A loucura que não seria.
E ninguém se queixava – todos se juntariam aos festejos e, como já se sabe o quão civilizados os adeptos desse desporto menor da bola são, a Câmara ainda teria de enviar para o parque de estancionamento vários trabalhad… Funcionár… Colaboradores para, durante vários e longos dias, limpar toda a trampa (copos de plástico, confettis e outros adereços nada Greta-Friendly), que lá seria deixada.
Mas não foram apenas velopáticamente desconhecidos civis a protestar como quem protesta mesmo – até no local de labuta velopático, vários colegas de métier verbalizaram seu descontentamento junto deste vosso companheiro, palhaço e amigo do duro circo que é a vida do pedal.
Argumentos que o Velopata se prontificou a excomungar, explicando que se utilizam o enlatado para sua mobilidade apenas para percorrer três a quatro quilómetros que distam seus lares do local de labuta, então não passam de desculpas esfarrapadas de bichos humanos muito fraquinhos.
Velopata, sempre a travar amizades.
E claro, a óbvia questão que todos os anos é colocada ao Velopata não tardou a ser alevantada;
– Então e vais participar? – indagou uma colega de métier.
– Claro, não podia deixar passar esta oportunidade de correr contra os melhores do mundo. Ele só deve é fazer parte da primeira etapa pois os restantes dias passará internado no Hospital, recuperando a soro e alimentado por tubinhos. – aquela clássica resposta velopática.
– Ai, também não é preciso responderes logo nesse tom mal-disposto.
– Estais mostrando desrespeito pelo profissionalismo de todos aqueles super-atletas ao fazer essa marafada pergunta.
– Então?
– Então? Atentai… O nosso colega Rui é daqueles doentes do Benfica, não é?
– Sim, e?
– E certas noites durante a semana e mesmo ao fim de semana de manhã, ele junta-se com outros doentes como ele para jogar à bola, certo?
– Sim.
– Então quando o Benfica vem jogar a essa brilhante obra do erário público que é o Estádio do Algarve, também lhe perguntas se vai jogar?
– Ah, mas isso são profissionais!
– Pois… Porque os Ciclistas da Volta ao Algarve andam para aqui a brincar às Bicicletas.
E depois o Velopata é que é mal-disposto…
Por muito engraçado e até lisonjeiro que semelhantes erróneas e absurdas idéias possam parecer, estas mais não são que um notório e grave sintoma do quão em desgraça este nosso mui amado desporto caíu por entre as massas – parece que qualquer mafarrico que, por crises de meia-idade ou outros sórdidos motivos, pega numa Bicicleta para dar umas voltinhas ao fim de semana, está apto para enfrentar e sobreviver a uma prestigiada prova velocipédica.
Mas ainda um outro conceito sui generis foi apresentado ao Velopata pela primeira vez durante este ano;
– Então e aquilo lá devem ser bicicletas boas, não? – questionou um civil que, mesmo exímio na arte de servir cafés, de Bicicletas perceberá nada.
– Você já viu quanto custam as sapatilhas do Ronaldo? – indaga de volta o Velopata.
– Epá, já vi umas parecidas à venda. São cá um balúrdio mas também não é para mais n´é? Afinal são botas para os profissionais jogarem à bola…
– Pois, porque os Ciclistas da Volta ao Algarve andam por lá a pedalar com Bicicletas compradas no Hipermercado mais próximo…
Velopata, travar amizades sólidas e duradouras é com ele.
Mas será tão difícil perceber que as Bicicletas da prózada estão para as restantes Bicicletas dos comuns mortais como a F1 está para os enlatados?
Enfim… Não mais se chore sobre óleo de lubrificação de correntes derramado, o Velopata sabe que seus milhares de milhões de seguidores mal conseguem conter a excitação urinária na ânsia de visualizar todas as fotografias das espectaculares Bicicletas que ele por lá ouvistou, como sempre, acompanhadas dos seus assertivos e pertinentes comentários.
E tudo começou com… Uma estranha fragância a comida na atmosfera.
O ciclo menstrual dessa rameira do São Pedro encontrava-se longe de seus melhores dias – não obstante as boas temperaturas (alguém dê graças pelas Alterações Climáticas!), esperava-se uma etapa de atroz vendaval pelo que a escolha da Bora para rodas com estes níveis de perfil não só surpreendeu o Velopata como deve ter feito as delícias de seus Ciclistas mais aerodinâmicos… Que é como quem escreve; mais aerodinâmicos a voar pelos precicícios de Alcaria do Cume abaixo.
E de mal passamos a pior com… Os Trecos da Treco (desculpem mas o Velopata simplesmente adora esta expressão… Trecos da Treco.).
Seguiu-se um stander que deixou um Velopata apreensivo, imediatamente levando seus bonitos olhos castanho-esverdeados a vasculhar os céus em busca de helicópteros de guerra quiçá até um ou outro drone equipados com misseís Sidewinder e Scud e coiso, já que tanques provavelmente seriam bloqueados à entrada do perímetro do certame.
O stander dos jude… Aquela nova equipa israelita, a Israel Start-Up Nation.
Se este nome (Start-Up Nation), não é só uma piada de mau gosto, troçando dos outrora territórios palestinianos… Verdade seja escrita, esta equipa teria muito mais a ganhar e até a simpatia velopatóide se trocasse seu nome para algo como “Israel – Pita Shoarma Team”. Mas sem Taína, que é como a Srª Velopata sempre pede sua Pita.
A caminho do stander seguinte, o Velopata ouvistou as sonoras conversas em antes de os ver, mentalmente regressando a deliciosos momentos de sua infância em que as gargalhadas eram muitas graças às aventuras culinárias do… Cozinheiro dos Marretas.
Trocando sonoras palavras naquela língua em tudo idêntica à mais ou menos falada pelo Chef Marreta (devem falar rúnico ou lá o que é), os nórdicos encontravam-se ultra-mega-hiper-giga satisfeitos com esta sua visita ao Algarve, certamente devendo-se tal ao nosso ameno clima de Fevereiro que lhes alembrava seus melhores dias de Verão lá no meio dos glaciares e neve e frio em monte.
Ou isso ou chamavam nomes ao Velopata e sua Mãe que é o que sempre parece quando estamos na presença de estrangeiros lá de fora; eles falam, falam, falam mas não conseguimos sequer enquadrar ou contextualizar uma única palavra do que dizem, ficando-se sempre com a sensação que nos estão vilipendiando.
Infelizmente o Velopata não conseguiu confirmar se, nas suas fresquinhas regiões, também as Bicicletas necessitam de correntes nos pneus de modo a conseguir pedalar no gelo e neve. E mais; será que também fabricam essas correntes em carbono?
Deixando os noruegueses em rúnica cavaqueira para trás, o Velopata aproximou-se do primeiro stander das equipas portuguesas presentes no certame, a Kelly… A coiso do Oliveirense.
Mas quem pode ter-se acarditado que esta opção de nome para a equipa resultaria?
Primeiros; quem é a Kelly?
Segundos; terá a Kelly uma compleição física qual moça de Ermesinde?
Terceiros; InOutBuild parece um grave erro ortográfico – não devia ser In Out Build? E isto para não tecer considerações sobre os estrangeirismos cámones…
Últimos; que raios é uma UDO?
Será expressão qual Gerra dos Tronos; Hodor?
Todos sabemos que o Ciclismo neste país à beira-mar mal plantado com eucaliptos em monte e que só olhos tem para esse desporto menor da bola, pena pelas ruas da amargura, sobrevivendo atletas e equipas pelo que muitas vezes só pode ser apelidado de carolice.
Tendo em conta que a Kell… A coiso do Oliveirense (UDO afinal mais não é que União Desportiva Oliveirense), é essencialmente composta por moçinhes cujas faces aparentam ainda nem a primeira pelugem da barba ter nascido por entre os poros, fica uma importante questão velopática – não podiam ao menos pedir aos patrocinadores para equipar o transporte enlatado da equipa com um LCD daqueles em Leds com Nanoplasma Full 4K HD e uma Playerstation? Como consegue o Director Desportivo da Kel… Coiso do Oliveirense manter concentrada e focada na dura corrida tanta imberbe hormoina pululante sem o recurso a uma qualquer consola?
Outrora um stander rodeado de resmas e paletes de bichos humanos, a não renovação contratual da equipa como o nosso mui acarinhado Ciclista algarvio Amaro Antunes levou a que muitos nem sequer se aproximassem da CCC Team, afinal, ninguém gosta de um patrão pobre e mal-agradecido.
Ou isso ou andava por lá muito Chegófilo.
O Velopata preparava lente, obturador e tempo de exposição para aquela sua espectacular fotografia às Orbea da Miranda-Mortágua quando ouvistou nas suas costas;
– Pois pá, já partimos três rodas desde que isto começou.
Não obstante o facto do Mecânico ou Director Desportivo ou lá o que o mafarrico era, se referir a um dos maiores certames velocipédicos português quiçá até algarvio como “isto” (dando razão ao celebrado chavão; “já não se fazem Mecânicos ou Directores Desportivos como antigamente”), o que captou a atenção velopática foi aquela informação partilhada pelo Coiso com outros transeuntes – a equipa tinha já esfarelado três rodas (3!) em apenas dois dias de competição.
– Desculpe mas… Apenas para a posteridade velocipédica velopática, qual a marca das rodas? – interrompeu o Velopata.
– Hã? – retorquiu o Coiso.
– Qual a marca das rodas? Só para ele não ser enganado e nunca as comprar.
Óbviamente que por receio de duras sanções ou processos judiciais por difamação e prevaricação e má publicidade e coiso, o Velopata não poderá explicitamente referir a marca das rodas, no entanto, para auxiliar seus milhares de milhões de leitores que se questionem sobre que marca de novas rodas adquirir, ele deixa a dica – é aquela marca cujas iniciais são FFWD.
E com esta relevante informação, o Velopata seguiu para o stander seguinte onde uma daquelas suas conhecidas e celebradas epifanias o acometeu.
E aqui vai a epifania; é impressão velopática ou as Orbea andam em grandes saldos e descontos e Black Fridays e coiso?
Por momentos, até dir-se-ia que é marca de fabrico nacional (aquele fabrico nacional cujo quadro diz Made in Taiwan e os componentes idem, eventualmente com algumas variantes como Made in China ou Made in Japan)?
O senão velopático com esta equipa portuguesa mantém-se de ano para ano – se são patrocinados pela L.A. Alumínios, não deviam pedalar com Bicicletas de Alumínio, fazendo jus ao nome e patrocinador? Vai na volta e o gaseado Tinkoff até tinha seu quê de razão quando referia que existe muita falta de coerência por entre o meio velocipédico.
Mas o Velopata não se podia deter em maiores considerações; as horas não paravam seu matraquear, aproximando-se a hora de partida e seguia-se o que era certamente o stander mais concorrido de todo o certame – a equipa cujos patrocinadores são marcas que fabricam Janelas e Pisos o que não deixa de ser caricato uma vez que são das equipas que mais carochas distribui quando o piso não é o mais adequado à prática desta mui nobre modalidade – o pavê.
Como nota, o Velopata vai só referir que do interior do transporte enlatado da equipa, uma cacofonia kizombóide soava a decibéis per se perigosos – estariam Remco Evenpoel & Cia. a turbinar?
Muito bicho humano junto e kizombices só significam uma coisa para o Velopata – dar de frosques o mais rápido possível.
Deixando a confusão kizombófila azul e branca para trás e…
Mais Orbea!
Esta foi uma equipa que deixou o cérebro velopático a navegar na maionese durante horas a fio, forçando-o mesmo a consultar o site da Volta para se certificar que aqui era escrito o nome correto da equipa – os moçes tinham Euskadi escrito por todo o lado (enlatados de apoio, jerseys, bib shorts), e nem uma única referência à tal Fundação Orbea que até era o nome oficial da equipa.
Como tal, só uma conclusão é possível.
Esta equipa espanhola sofre de graves problemas de identidade.
Seguiu-se uma rápida passagem pelo stander da equipa com a qual o Velopata deveras simpatiza por ser a que mais proximidade geográfica tem com o local onde ele actualmente habita (mas nunca esquecendo que se és de Faro, és farense).
E deixando a equipa de galináceos patrocinadores para trás, o Velopata aproximou-se com inúmeras cautelas do stander seguinte que, por sinal, era outro dos mais concorridos do certame pois nele encontrava-se a troupe do nosso mui querido Rui Costa e seus amigos árabes.
Com tanto bicho humano junto numa excitada multidão para fotografar e apalpar e sacudir e dar festinhas na face e pedir selfies enquanto clamavam pela vitória à Geral Individual do nosso mui querido Rui Costa, o Velopata não conseguiu conter alguns calafrios enquanto matutava no que qualquer árabe que se preze rapidamente perceberia – quando Rui Costa deixa o enlatado da equipa e a apoteose toma conta da multidão, esse seria o momento adequado para detonar os explosivos presos ao peito. Ou às Bicicletas. Ou a ambos os dois para garantir a produção de um maior estrago.
E pelo sim, pelo não, o Velopata sacou suas fotos e deu ao slide, não fosse transformar-se em mais um por entre muitos nomes de um Alerta CM.
Certamente os dirigentes do Tavira também ouvistaram as notícias que ainda hoje muita tinta fazem correr – imagine-se que a massa associativa da equipa leonina fazia uma pálida idéia dos resultados que sua equipa de Ciclismo (não) obtinha e… Bem, provavelmente não existe no mercado nenhum tipo de fibra carbonatada com uma rigidez capaz de sobreviver intacta ao sarau de punhada que se abateria sobre os desgraçados Ciclistas e Bicicletas, pelo que a mudança de patrocinadores foi mais que aplaudida e bem-vinda pelos atletas tavirenses.
E já que se escreve sobre Sporting, segue-se o stander do outro clube desse desporto menor da bola – a W52/Fêquêpê.
Trocando suas KTM por estas novas Swift, marca de origem sul-africana, o Velopata acardita-se que a mais sensata opção para os organizadores da Volta a Portugal de dois mil e vinte bem como para os treinos da equipa tripeira, é evitar a passagem por Guimarães.
Não vá o vil jugo opressor tirânico do enlatado vimanerense (uai, não deviam ser guimarenenses?), terminar com as aspirações tripeiras à conquista de mais uma edição da Volta a Portugal, hospitalizando todos os sobreviventes dos múltiplos atropelamentos porque lá está… O Racismo foi erradicado de Portugal…
Continuando na senda das equipas lusas, o stander da Rádio Popular-Boavista só comprovou a idéia que o Ciclismo portuga sobrevive (e ainda bem!) por pura carolice de seus intervenientes – um rápido olhar pelas máquinas de distribuição carocheira de uma equipa World Tour como a Sunweb (ver mais abaixo), revela as mesmas máquinas Cervélo (cujo símbolo da marca continua a indicar ser fabrico do hipermercado Continente), só que em topo de gama, full aero carbon e coiso.
Olhando-se para estas Cérvelo da RP-Boavista de modelo inferior e percebe-se porque razão nossos Ciclistas são cilindrados com carocha atrás de carocha quando as elites World Tour nos visitam – numa enlatada metáfora que auxilie os leitores civis a entender; a estrangeirada vem de lá com Fórmula 1 e os portugas pedalam de Opel Corsa. Quitado sim, mas não deixa de ser um Opel Corsa.
Ao início, o Velopata acarditou-se ter perdido o fio à meada algures… Onde raios estavam expostas as é da Efapel, pintadas com aquelas tradicionais côres amarelo e preto?
Nada podia preparar o Velopata para a magnificiência que se ia deslumbrar diante de seus bonitos olhos castanho-esverdeado.
E escrever qualquer coisa sobre esta belezura de duas rodas só estragaria.
Será esta uma futura encarnação da Estrela Vermelha?
– Nem penses! É que nem por cima do meu cadáver! – responderia a Srª Velopata se estivesse presente.
Suspirando, e depois voltando a suspirar ainda em mais, o Velopata seguiu para o stander seguinte – a brigada belga da Lotto Soudal.
Seguia-se um stander que deixava o Velopata apreensivo – a simples visualização das letras C, O, F, I, D, I e S era suficiente para provocar súores frios neste vosso companheiro, palhaço e amigo do duro circo que é a vida do pedal, não apenas por se tratar de uma equipa patrocinada por agiotas legalizados onde todos os cuidados com a carteira são infrutíferos, mas porque, a par das Bicicletas, seu stander apresenta sempre mais alguns adereços adequados à prática de punhada legalizada, ou eufemisticamente escrevendo, Boxe, ou não se encontrasse o mui hooligan velocipédico Nacer Bouhanni entre suas fileiras.
Só depois o Velopata se alembrou que a Cofidis entendeu aquilo que já todos sabíamos há muito e despachou o boxeur para a Arkéa Samsic, substituindo-o por um muito mais simpático Ciclista, Elia Viviani.
E que até tem mais, melhores e menos violentos resultados que a outra.
Esta alteração de Sprinters parece ter surtido seus efeitos ao nível da Agressividade apresentada pela equipa, notando-se tal até nas Bicicletas onde optaram por também despachar aquelas do Cota (que se escreve Kuota, porque é em avec e o K porque simplesmente dá sempre mais estilo), para as trocar pelas dos coraçõezinhos.
(suspiro)
O Velopata aproximava-se da fronteira com o mundo civil, assim indicando que o certame estava prestes a chegar ao fim.
Diz-se que os bichos humanos têm uma elevada capacidade para a Aprendizagem, algo que o Velopata muitas vezes desconfia mas… Desta vez ele é obrigado a dar a manete à palmatória.
Até que… Aquele estranho cheiro a medicamento para asma saturou toda a atmosfera.
O Velopata seguia sua vida, fotografando as máquinas azulinhas da Astana quando sentiu uma pequena pancadinha no ombro;
– Pressupuesto, ustéd podieres tirar una fotografiaia con el?
Um fã velopático onde ele (o Velopata), menos esperava – Luis Léon Sanchez, Ciclista de ataque e que dispensa apresentações para qualquer adepto velocipédico.
Avançando para o stander seguinte, o Velopata confessa que já estranhava por onde andariam as máquinas dessa marca alemã que tanto fez para arruinar as lojas da especialidade velocipédica.
E assim, não sem antes tentar compôr seu bonito cabelo e penteado contra o atroz vendaval que se sentia, o Velopata aproximou-se do stander da malta dos cabelos cafeínados.
O que mais chocou o Velopata? Nem uma amostrazinha gratuita de shampôo esta estrangeirada lá de fora foi capaz de providenciar aos muitos fãs que ali acorreram.
Unhas de fome velocipédicos é o que é.
A três standers do final, o Velopata finalmente lá encontrava seus amigalhaços da Team Sunweb, empresa de viagens e turismo e coiso com quem o Velopata diáriamente labuta e convive.
E se começamos mal, imagine-se o que estaria guardado para o final – os horripilantes quadros da Lapierre que continuam a teimar em produzir aquele triângulozinho manhoso e desprovido de qualquer funcionalidade entre o tubo superior e o tubo do selim.
Com o ponteiro digital do relógio do telefone esperto indicando que a partida estava prestes a ter lugar, o Velopata fugazmente visitou o último stander da outra equipa patrocinada por agiotas legalizados.
Com todo o certame visitado, estava na hora do Velopata se dirigir até à linha de partida.
Mas se o mui querido leitor s´acardita que o apeado percurso até à linha de partida decorreu sem acidentes… Engana-se.
Um acontecimento que facilmente podia ter descambado numa grave Crise Internacional ocorreu.
O Velopata seguia junto à parede oposta quando, sem que nada o fizesse prever, o Tubarão de Messina passou uma razia tal ao Velopata que… Bem, o Velopata só não apresentou queixa às Autoridades porque… Coiso.
Ainda irritado por ter sofrido tamanha afronta (já não bastava o não-sorriso de Luis Léon Sanchez), o Velopata só conseguiu descontrair quando… Ouvistou aquela que ele considera de longe a Bicicleta mais bonita de todo o certame.
O tiro de partida foi dado e tal como se haviam materializado diante dos bonitos olhos castanho-esverdeado velopáticos, os Ciclistas partiram para a terceira etapa rumo a Tavira.
E os enlatados já podiam celebrar o regresso à normalidade do seu gratuito parque de estancionamento.
O resto, os mui queridos leitores que seguem este vosso acarinhado espaço velointernético já sabem, como certamente ouvistaram nas publicações facebookianas e instagrâmicas.
Viva a Algarvia!
Abraços velocipédicos,
Velopata
Não menosprezando as curvas da menina do pódio morena, o Velopata vai me perdoar, como quem perdoa mesmo, mas a bicicleta mais bonita do certame é a do “moçe farense vintage”. Aquela bicla não é uma Cosmos, não é a Cósmica
, mas é cá uma formosura… snifff
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O Velopata aprova e confirma o seu comentário.
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