Em antes que o mui querido leitor novamente perda (Perca fluviatilis é um peixe), mais algum do seu precioso tempo a ler como quem lê mesmo mais uma publicação velopática, é deveras essencial que atente a uma importante ressalva, já muitas vezes escrevinhada pelo Velopata.
Ele (o Velopata), não tem nenhuma afinidade política ou, de algum modo, pretende influenciar as opções masturbatórias da sua horda de milhares de milhões de seguidores velopáticos, nunca esquecendo uma das relevantes leis defendida neste pequeno recanto velointernético – cada um sabe de si e Nosso Senhor Joaquim Agostinho trata do resto.
A menos que sejas facho ou nazi que, nesse caso, és só mais um cujos progenitores deviam ter levado a fazer testes e exames psicológicos enquanto petiz, podendo assim tentar livrar-te de toda essa estupidez mediante tratamentos e medicação adequada.
Se algo há a que é impossível ficar indiferente, seja porque cada vez que se acende o televisor ou se abre uma qualquer página de uma rede social lá estão variadas publicações a incidir sobre este tema, são as Eleições Legislativas do próximo dia seis de Outubro do ano de Nosso Senhor Joaquim Agostinho de dois mil e dezanove, onde os cerca de onze milhões e uns trocos de bichos humanos portugueses escolherão os próximos chupist… Dirigentes de seu país.
Que é uma opção masturbatória que não assiste ao Velopata.
E em antes que venha daí a brigada dos Ofendidos da Internet achincalhar o Velopata com aquele clássico chavão “se não vais votar então não podes protestar e tens mais é de ficar calado!”, ele (o Velopata), lembra que essa é uma lógica que nem aos olhos da batata consegue chegar, na medida em que se activamente participas e optas por colocar uma corja de corruptos e aldrabões no poleiro… De algum alucinado modo isso dá-te o direito de protestar?
Lá está, tudo isto parece ao Velopata uma nova variante do clássico “cuspir no prato onde se come”.
Nunca esquecendo que na humilde opinião velopática, participar num sistema que cada vez mais só promove isto, é de uma tristeza incomensurável e uma prova em como o Bicho Humano ainda se encontra muito aquém de todo o potencial que tem para dar a este Universo, Multiverso e por aí fora.
E é por estas e outras razões que o Velopata não mete lá os sapatos de encaixe.
Porque lá está, se é para se masturbar, parecem-lhe existir inúmeras opções melhores e mais divertidas, nunca esquecendo que se votar efectivamente fizesse alguma diferença – provavelmente já teria sido proibido.
Assim, colocados os pontos nos is, sigamos então para mais um daqueles exercícios mentais velopáticos, onde ele tentará mostrar ao mui querido leitor que tipologia ou marca de Bicicleta seriam os principais partidos políticos a concorrer a mais uma edição da corrida ao Poleiro-mor.
Partido Socialista (PS) – António Costa
Segundo as sondagens, este é o mais forte candidato a vencer as eleições e tal não é surpreendente porque em todas as suas idiossincrasias, o Partido Socialista aparenta grande afinidade com essa maleita da Velocipedia que tantos parece arrastar para o seu sacrista covil da moda – as e-bikecoisas.
Aquilo é tudo muito bonito nos primeiros quilómetros, pedala-se em mais rápido e com menos esforço mas quando se te acaba a bateria a quilómetros de nenhures logo vês como foi uma excelente ideia adquirir uma Bicicleta que pesa vinte ou mais quilogramas.
Ainda assim é importante realçar o importante trabalho que os boys da Pesquisa & Desenvolvimento Socialista têm feito ao nível do aero – por entre o pelotão político-partidário são os quadros que maior formato em Cunha parecem apresentar.

Partido Comunista Português (PCP) – Jerónimo de Sousa
Sendo um dos mais antigos partidos políticos em actividade neste recanto à beira-mar mal plantado com eucaliptos em monte, o PCP insiste no mesmo discurso dos Direitos dos Trabalhadores sem sequer se dar ao trabalho de perceber que esse discurso está mais que ultrapassado e já devia ter evoluído para algo mais moderno como os Direitos dos Colaboradores.
De ideologias marxistas-leninistas, se o PCP fosse uma Bicicleta seria claramente uma Format, marca cujos quadros são de fabrico cem por cento russo, produzidos em Gulags especializados na arte de trabalhar e moldar vodka de alto módulo.
Segundo investigações velopáticas a esta desconhecida marca para a vasta maioria do Ciclista-comum (Homo sapiens sapiens velocipedicus), estas são Bicicletas com excelentes desempenhos ao nível da rigidez lateral e do aero, contando que um moçe não se importe com aquela fragância a vodka que emana a cada rotação dos cranques.

Partido Ecologista Os Verdes (PEV) – Heloísa Apolónia
De orientação canhota e sempre preocupados com esta pequena mais ou menos bolinha que flutua em torno do Sol, o Velopata é forçado a admitir que até se sente ligeiramente inclinado a simpatizar com o PEV pois este é um partido que tem na sua liderança uma moça que quando arranjadinha e maquilhadinha como deve ser, facilmente até passa por uma Milf de Ermesinde.
O problema reside no facto de ser um partido político tão preocupado com o ambiente e os golfinhos e coiso que… Durante as pesquisas googlianas velopáticas, foi impossível encontrar uma foto de um qualquer membro das mais altas hierarquias do PEV, munido de uma Bicicleta.
Isto só pode levar a uma conclusão; a tratar-se de uma marca de Bicicletas, o PEV seria certamente uma daquelas oriundas dos sistemas de Bicicletas Partilhadas como as Gira (até porque segundo investigações velopáticas, às portas da sede do PEV não existe nenhum empena-rodas, comunemente conhecido como Bicicletário ou lá o que é).

(Nota velopatóide: O Velopata sabe que PCP e PEV encontram-se juntos nesta corrida ao poleiro, através de uma coligação denominada CDU, Coligação Democrática Unitária, sendo condição sine qua non exigida pelo PEV, que os Gulags onde as Bicicletas da coligação são produzidas sejam dotados de mais e melhores espaços verdes e que se utilizem menos criançinhas pois toda a gente sabe que um bom comuna, à semelhança de um padre católico, não resiste a um petiz logo pelo pequeno-almoço. Contudo, não deixa de ser estanho que o PEV se coligue com o PCP e não com o PAN, que em tudo aparenta estar mais próximo de suas ideologias – será que Heloísa Apolónia & Cia. não são grandes adeptos dessa tal de bioganza ou lá o que é? Estaremos face a algum tipo de ressabio político na luta ao Poleiro-mor? Um amuo esverdeado porque a cena do ambiente, dos golfinhos e do plástico e coiso era exclusividade do PEV? E mais, porque razão se chamam Coligação Democrática Unitária quando seria muito mais engraçado chamarem-se apenas Coligação Unitária, nunca esquecendo o nível “democrático” que a maioria dos regimes de extrema-esquerda tem feito ao longo da história da bicharada humana…)
Bloco de Esquerda (BE) – Catarina Martins
Este foi um partido político que, no decurso do exercício mental que é esta publicação, trouxe alguns problemas ao Velopata na medida em que ele desconhece a existência de Bicicletas cujos quadros são produzidos em erva ou haxixe.
Só findas muitas horas de navegação pela maionese cerebral velopática, ele (o Velopata), percebeu que o BE podia ser qualquer marca de Bicicletas, desde que fosse indicada à prática do Gravel.
Afinal, uma Bicicleta de Gravel não é carne ou peixe – não serve para Bêtêtê, não serve para Estrada e o seu Género é de difícil identificação.

Pessoas-Animais-Natureza (PAN) – André Silva
Muitos dos mui queridos leitores saberão que este foi um partido político com o qual o Velopata simpatizou durante algum tempo, até perceber que aquele P da sigla PAN significava Pessoas, o que vaza completamente a câmbra de ar no que à sua ideologia respeita, na medida em que, todos sabemos que Pessoas revelam comportamentos mais animais que muitos Animais, perdendo a sigla todo o significado epistemiológicófílico.
À semelhança do PAN, os mui queridos leitores também saberão o quão ambientalmente devastador é o efeito do excesso de produção de quadros e componentes velocipédicos – produzir quadros em carbono é um desastre ambiental, quadros em carbono de alto módulo outro desastre ambiental é, quadros em full aero carbono desastre ambiental são, quadros em full aero carbono de alto módulo, desastre ambiental serão.
O mesmo ocorre com quadros e componentes noutros materiais – alumínio, alumínio daquele da Cannondale, titânio, aço, cromoly, ferro, madeira, bambú… Não existe tecnologia humana capaz de produzir quadros e componentes velocipédicos que não acarrete complicados prejuízos ambientais.
Como tal, o PAN é o único partido político que não é uma Bicicleta.
Mas também não é umas sapatilhas (Ténis é um desporto menor mas não deixa de ser desporto), nunca esquecendo que andar a penantes é e sempre será o método mais sustentável para um bicho humano se deslocar do ponto A ao ponto B.
E todos sabemos o que pensa o PAN dos tecidos artificiais, corantes e variantes de plásticos nos quais as sapatilhas são construídas.
Grosso modo, o PAN será… Um moçe que anda a penantes e descalço.

Partido Democrático Republicano (PDR) – António Marinho e Pinto
Ele é cáustico em todas as declarações que faz, lançando envenenadas farpas em todas as direcções políticas, sempre berrando indignadamente a full Caps Lock porque toda a gente sabe que a gritar e a ofender ganham-se mais pontos no que à Razão respeita.
Depois um moçe perde algum tempo a ler a ideologia e teorias técnico-táctico-políticas do PDR e percebe que aquilo é em tudo semelhante à restante cambada, presenteando os portugueses com mais do mesmo… Lama.
Como tal, o PDR só pode ser uma Bicicleta de Ciclocross.

Partido Unido dos Reformados e Pensionistas (PURP) – Fernando Loureiro
Sendo um partido político cuja principal ideologia é defender os interesses dos aposentados, reformados e pensionistas, é simplesmente natural que o PURP seja uma Bicicleta oriunda das origens da Velocipedia, uma espécie de Fóssil velocipédico vivo; quadro em ferro ou madeira, selins capazes de deixar em farrapos qualquer próstata, ausência de mudanças de qualquer espécie e rodas quadradas.
Mas não é por isso que não conseguem seus votos aqui e ali, afinal, quem não gosta de um bom artigo vintage, mais não seja para enfeitar uma qualquer parede de uma sala?

Partido Popular Democrático / Partido Social Democrata (PPD/PSD) – Rui Rio
As Bicicletas mais caras do pelotão político-partidário.
Não porque sejam melhores, mais rígidas ou mesmo mais leves.
O que torna a Bicicleta PPD/PSD em mais cara que as restantes é o facto de ser cobrada aos compradores uma Taxa Social Única por cada componente, peça ou peçinha que entre no seu fabrico.
Queres um quadro de carbono?
Taxa Social Única sobre o carbono.
Queres um quadro de carbono de alto módulo?
Taxa Social Única ainda em mais cara.
Queres rodas na tua Bicicleta?
Taxa.
Queres um selim na tua Bicicleta?
Taxa.
Queres pedalar sem selim?
Pagas Taxa Social Única devido às outras formas de prazer que podem advir de pedalar sem selim.
Mas se o mui querido leitor s´acardita que os preços das Bicicletas PPD/PSD são impeditivos à sua compra pelos milhares de milhões de portugueses, engana-se.
Nem mesmo quando uma reportagem do Sexta às 9; baseada nas investigações de Ana Leal e TVI24, suportada em documentos secretos obtidos pela CMTv, mostrou que muitos dos quadros produzidos nas unidades fabris do PPD/PSD apresentam uma elevada tendência ao colapso carbónico, provocando monumentais esbardalhanços de seus utilizadores, os bichos humanos portugueses se demoveram de continuar adquirindo estas Bicicletas.
Segundo parece, o problema reside no facto de alguns dos laranjinhas que trabalham na Pesquisa & Desenvolvimento, afinal não se tratarem de experientes doutorados e licenciados (como indicam nos seus Curriculum vitae), e sim moçes que, enquanto petizes, brincaram um pouco com seus triciclos tendo assim obtido equivalências ao escalão World Tour.

Partido do Centro Democrático Social – Partido Popular (CDS-PP) – Assunção Cristas
Este é um dos partidos políticos que mais evoluiu nos últimos anos, não obstante o facto de se continuarem a afirmar como o que mais afinidade católica apresenta, o que é só estranho, uma vez que o Velopata juraria que as palavras “Evolução” e “Catolicismo” não soam lá muito bem quando juntas numa mesma frase.
Ainda assim, foi um partido que rapidamente entendeu a saturação do mercado velocipédico, partindo para a exploração de outros nichos de mercado como o Batraquismo (ou Triatlo, para os mui queridos leitores menos versados no léxico técnico-táctico-velopatóide), ou mesmo o dos Rolos de Treino e “Bicicletas” Estáticas.
O investimento em Pesquisa & Desenvolvimento batráquio é fácil entender – a marca CDS-PP apostou todas as fichas em produzir Bicicletas com as mesmas tecnologias e materiais utilizados na produção de Submarinos, já o mercado dos Rolos de Treino e “Bicicletas” Estáticas é uma aposta mais recente pois a nova Presidenta acardita-se que todos deviam poder pedalar no conforto de seus lares.
Assim, é apenas natural que a vencer as próximas eleições, o CDS-PP crie projectos-lei e decretos e coiso que permitam que muitos trabalh… Funcioná… Colaboradores portugueses possam continuar realizando seus trabalhos sem ser necessário saír de casa – medida especialmente apreciada e acarinhada por profissões como Bombeiros, Varredores de Ruas, Enfermeiros, Polícias, malta do INEM, Operadores de Caixa de Supermercados e afins.
Apesar de toda a evolução tecnológica que as Bicicletas para batráquios, rolos de treino e “Bicicletas” Estáticas apresentadas pelo CDS-PP têm, é firme convicção deste partido, especialmente quando atentamos ao discurso daquele autocolante raro que é o número dois, Nuno Melo, que os recentes investimentos e desenvolvimentos das outras marcas (devendo ler-se partidos), têm efectuado em Bicicletas de Gravel, Bêtêtês roda tuénináiner, e-bikecoisas e demais aperfeiçoamentos nos materiais utilizados para o fabrico de quadros, são um atentado aos valores e tradições do Ciclismo – daí que continuem a manter a sua oferta de Bicicletas com quadros feitos em ferro e rodas quadradas, pois onde é que já se viu os bichos humanos evoluírem suas mentalidades para acompanhar os tempos, sociedades e liberdades individuais…

Iniciativa Liberal (IL) – Carlos Guimarães Pinto
Ainda convencidos que as teorias técnico-táctico-económicas de John Nash podem funcionar em pleno século XXI, acarditanto que os mercados devem ser livres de regras pois todos os intervenientes estão preocupados com o equilíbrio e o bem comum, como os recentes casos do Dono Disto Tudo e restantes capangas agiot… Bancários bem o comprovam, só uma Bicicleta assenta na carapuça do IL que, nunca esquecendo o que foi explicado acima, provavelmente também acarditam que as histórias da Carochinha, Branca de Neve e Gata Borralheira são baseadas em factos verídicos e o Pai Natal é real.
Uma Canyoncoisa.
É tudo muito bonito, os preços até são mais em conta pois cortaram com uma série de intermediários mas todos sabemos que quem se vai lixar é o habitual Mytilus edulis que são as Lojas da Especialidade Velocipédica, que tanto labutam para manter nossas Bicicletas a funcionar impecávelmente e agora serão forçadas a cobrar avultados valores pela mão-de-obra bem como quadriplicar os preços praticados sobre aquele parafusosinho que prende a tampinha da caixa de direcção (mesmo não sendo fabricado em full aero carbono de alto módulo), apenas para conseguirem sobreviver com as portas abertas.
E só tardiamente os eleitores vaiam entender que quando a Canyoncoisa IL dominar todo o mercado, poderá praticar os preços que bem lhe aprouver, as Lojas da Especialidade Velocipédica também o farão e quem se lixa?
Ah, pois é.

Aliança (A) – Pedro Santana Lopes
Destacando-se como uma das recentes chegadas ao seio do pelotão político-partidário World Tour, o Velopata até simpatizava com este partido, não por se identificar com uma qualquer de suas ideologias, mas porque à semelhança de Pedro Santana Lopes, também o Velopata é adepto de uma boa dose de rebarba quando o assunto é fêmeas.
Sendo um conhecido adepto da vida boémia, nunca esquecendo que por onde quer que Pedro Santana Lopes passe, um Casino é inaugurado, o Velopata até aposta que o nome atribuído ao partido deve ter surgido à mesa, finda uma jantarada bem regada e naquela fase final quando chega o xiripiti para acompanhar a bicazinha – a aguardente Aliança.
Como tal, o A só pode ser uma Bicicleta de Trial – óptima para brincar mas se fôr para pedalar a sério é melhor alguma cautela com aquela ausência de selim.

Partido Popular Monárquico (PPM) – Paulo Estevão
Este é um dos partidos políticos preferidos do Velopata, na medida em que faz todo o sentido enquanto sistema representativo de milhares de milhões de portugueses, todos serem obrigados a prestar vassalagem a um moçe simplesmente porque ele nasceu de uma patareca que dizem ser a Real.
Nunca esquecendo aquela lenga-lenga do sangue azul e que todos os súbditos são bichos humanos de uma estripe inferior, é só normal que as Bicicletas PPM sejam dedicadas a uma pequena e nobre elite que, por direito divino, são os únicos a poder ter acesso à pedalada – todos os súbditos devem mostrar sua vassalagem e respeito utilizando apenas os chispes para locomoção, deixando a utilização da Bicicleta para a família Real & Cia.
Com tudo isto, não será estranho para o mui querido leitor quando o Velopata escreve que este é um partido político que mais se assemelha a uma espécie de marafada seita, o que leva a um só paralelo com o mundo da Velocipedia – a Specialicoiso, nunca esquecendo que, à semelhança da marca amaricana, a realeza está convencida que são bichos humanos em melhores que os restantes, a ralé.

Basta! (B) ou Chega! (C) – André Ventura
Outro dos partidos a recentemente estrear-se nas lides do pelotão político-partidário World Tour, as Bicicletas do Basta! ou Chega! caracterizam-se por um forte investimento no uso de materiais não convencionais no fabrico de seus quadros.
Carbono, carbono de alto módulo, alumínio, alumínio daquele da Cannondale, titânio, aço, cromoly ou até mesmo madeira e bambú são materiais que não assistem à marca, preferindo recorrer a um novo material que ambientalmente, velocipédicamente e até mesmo socialmente, permite ganhos marginais a um nível jamais ouvisto – os restos e ossadas de cadáveres humanos.
Mas o mui querido leitor não se deixe enganar – o B ou C não recorre a uns cadáveres quaisquer. Estudos no túnel de vento que parece existir nos cérebros dos Engenheiros Aeroespaciais do partido revelaram que os cadáveres mais adequados ao fabrico de quadros e componentes são aqueles provenientes das minorias étnicas.
Até porque toda a gente sabe; durante boa parte dos anos noventa, o Governo gastou milhares de milhões de eirios provenientes de subsídios da União Europeia a construir autoestradas que agora estão vazias?
A culpa é dos africanos.
O Governo esbanja milhares de milhões de eirios dos contribuintes em subvenções vitalícias atribuídas a moçes que, durante uns mesitos fingiram labutar na Assembleia da República?
A culpa é dos ucranianos.
O Governo arruina milhares de milhões de eirios dos contribuintes em cambalachos público-privados?
A culpa é dos imigrantes árabes.
O Governo preferiu investir em estádios para esse desporto menor da bola em vez de obras (menos) importantes que permitiriam melhorar a qualidade de vida dos portugueses?
A culpa é dos ciganos.
A pediatria oncológica do Hospital de São João continua à espera de obras, continuando os pobres petizes a dormir em macas colocadas nos corredores e a ser atendidos em contentores?
A culpa é dos homosexuais.
Alterações climáticas?
A culpa é dos transexuais.
Só não vê isto quem não quer.

Partido Nacional Renovador (PNR) – José de Almeida e Vasconcelos Pinto Coelho
Do mesmo modo que qualquer adepto comum da Velocipedia reconhece uma Bicicleta de côr azul-celeste como pertencendo à celebrada marca italiana Bianchi, também as Bicicletas PNR são facilmente identificáveis por serem produzidas numa só côr – quadros brancos, selins azuis e pneus louros; tríptico comunemente conhecido como côr ariana.
Não obstante o facto deste ser um partido político cuja ideologia parece ainda subsistir desde os primordiais tempos do Cretináceo Inferior, o mui querido leitor não deve duvidar que são Bicicletas produzidas com recurso a tecnologia de ponta – os seus quadros são fabricados em tecnológicamente desenvolvidos campos de concentração com base nos últimos avanços no que à arte de trabalhar e manusear carbono em câmaras de gás respeita.
À semelhança do Basta! ou Chega! de André Ventura, este é também um partido político que cedo percebeu os ganhos marginais que poderiam advir do uso de outros materiais não-tradicionais nos seus quadros, tendo optado por diversificar a oferta recorrendo a outras etnias e minorias étnicas como… Bem, qualquer etnia que não seja branca com cabelos louros e olhos azuis serve.

– Epá, ó Velopata, tu não gramas mesmo nada a classe política…
Certamente, este é o pensamento que percorre o cérebro dos mui queridos leitores.
Mas nada podia estar mais afastado da verdade.
O Velopata nada tem contra a classe política, afinal, os políticos não caem dos céus, não nascem das árvores ou chegam ao nosso mundo vindos de uma outra dimensão que atravessam osmóticamente através de uma membrana.
Os políticos mais não são que cidadões nascidos em Portugal, filhos de progenitores portugueses, educados em escolas portuguesas, sendo-lhes incutidos os valores e tradições dos portugueses, por isso, vai na volta…
Vai na volta e há aqui qualquer outra coisa que cheira mal.
Como… O Povo.
Se calhar o problema está no Povo.
Se tens cidadãos ignorantes e egoístas, é apenas natural que obtenhas políticos ignorantes e egoístas.
Esse sim seria um slogan de uma campanha com a qual o Velopata concordaria e que ganharia seu voto – “O Povo é um ganda cromo”.
E agora, com licença que o Velopata vai só ali fazer um Seguro de Vida, uma vez que finda a leitura de alguns parágrafos desta publicação por parte da Srª Velopata, ela bem avisou que um dia destes não ficará surpreendida se ele (o Velopata), aparecer todo escalafrado numa valeta qualquer.
Abraços velocipédicos,
Velopata