Retribuição.
Substantivo Feminino.
Acto, processo ou efeito de retribuir.
Recompensa pecuniária por trabalho ou serviços prestados.
Pode ser utilizado como sinónimo de Salário, Prémio, Galardão ou AGRADECIMENTO.
in Diccionário Priberam de Português.
Um Velopata, um Agente da Autoridade Anónimo, um Neves Zé das Bikes, um Lorde Barbudo Refilão e um Commuter Alucinado em modo Cicloturista entram pela porta do Germano BiciArte Café.
Isto podia muito bem ser o início de uma apoteótica anedota das que alevantam anfiteatros inteiros em ovações de pé mas, neste caso concreto, parafraseando os Bee Gees ou mesmo numa versão mais próxima do requintado gosto velopático, os Fé Nunca Mais (Faith No More, em cámone, o que funciona como uma piada-shampoo, ou seja é piada dois em um e que o mui querido leitor entenderá à medida que os seus olhos percorrerem o texto que se segue), o Velopata só tardiamente percebeu que a piada era sobre ele.
À semelhança do outro, cujos sonhos davam direito a fugachadas na cabeça, também o Velopata teve um sonho que terminou com uma valente fugachada na cabeça, não obstante a notória diferença que o balázio velopático não passou do metafórico. O sonho de criar um clube strávico onde os mui ilustres membros podiam trocar e partilhar experiências, combinar pedaladas e convívios (se daqueles à Classificados do Correio da Manhã, isso vai na consciência de cada um), assim promovendo a salutar competição velocipédica mas principalmente, saír do universo internético e trazer para a realidade do alcatrão e trilhos o encontro de muitos bichos humanos que partilham a paixão pelo mesmo simples prazer da vida – pedalar.
Assim foi plantada a semente da Divisão Velopata e jamais um Velopata podia esperar que, cerca de dois anos e uns trocos decorridos da sua incepção, à hora desta publicação estivessem já nas suas fileiras cento e noventa e três agora-assim-não-tão-honoráveis membros.
À medida que as fileiras do mais grandioso clube strávico que há memória cresciam, o Velopata sentia na pele as agruras acarretadas pela tamanha responsabilidade de ser curador. Acordar cedo, muitas vezes pelas cinco horas e meia da manhã, quando todo o lar velopático e mundo ainda roncam, para se debruçar sobre o monitor do PC, cérebro mergulhado nos complicados cálculos físico-químico-matemático-quânticos de tanta pedalada protagozinada por todos aqueles que ele é obrigado a seguir, apenas para se certificar que não há dopados, ebikecoisas e prevaricadores da boa ordem velopatóide. Percorrer perfis strávicos e facebookianos na demanda das melhores fotografias… Bem, é certo que nem sempre ele escolhe vossas melhores fotografias e sim aquelas onde a piada é mais fácil e menos ofensiva, mas conseguem imaginar a quantidade de horas que ele passa olhando para vossas fronhas? Ainda para mais atentem ao facto que apesar do Velopata não ser homoséxualofíliaco, a vasta maioria de vós sois gaijos e a ter que perder horas com fotografias de presuntos apertados em finas licras, ao menos que fossem de fêmeas…
Depois é o navegar pela maionese cerebral na constante demanda de textos interessantes, tentando produzir piadas engraçadas que ninguém leve a peito, ainda para mais quando se atenta ao facto que qualquer coisa actualmente escrita no reino internético certamente ofenderá alguém algures logo, verdade seja escrita, estes dois anos e uns trocos podem ser resumidos a duas palavras.
Trabalheira.
Camandro.
E por todos os motivos acima e mais alguns que agora não se lhe ocorrem, o Velopata achou, no mínimo estranho, quando fez o apelo (no seguimento da anterior publicação Coisoing, o Velopata praticou o apelaiting), nas redes sociais à participação na Primeira Grande Gala de Congregação Velopática, onde os prémios que tanta labuta e eirios lhe custaram seriam entregues à nata da nata, à crème de la crème, aos duros por entre os duros, a todos os que de uma forma ou outra se destacaram dos restantes e deixaram a mediocricidadofilia para trás ao longo do ano de Nosso Senhor Joaquim Agostinho de dois mil e dezoito e…
Só quatorze membros picaram o ponto na página do evento facebookiano.
Mas se a adesão nas redes sociais foi, recorrendo a eufemismos para adjectivar a adesão, miserável e fraquinha e deplorável, o que pode um Velopata escrever quando o pelotão que se juntou para partir de Faro em direcção ao Germano era a loucura que a imagem abaixo bem evidencia;

Com a vã esperança que muitos optassem por se deslocar directamente até às instalações do mais importante tasco velocipédico serrano que é o Germano, alguns por receio que durante a pedalada o ritmo velopático fosse muita forte, outros por pura e simples ronha e optando por deixar o quentinho conforto dos lençóis tardiamente, o trio foi fazendo a festa pois já diziam os antigos, “só faz falta quem cá está”.
Mas nada podia preparar um Velopata para a chegada ao Germano.
– Estava apinhado de Ciclistas? – questionará o ausente da Gala leitor.
O Velopata só consegue encontrar uma palavra para descrever todo aquele cenário que se revelou diante dos seus bonitos olhos castanho-esverdeados, no entanto, como uma imagem vale mais que mil palavras, ele partilha uma foto bastante ilustrativa do estado em que se encontrava a esplanada e do que foi a adesão à Primeira Grande Gala de Congregação Velopática.

Grilos.
A melhor palavra para descrever o ambiente efusivo da manhã de trinta e um de Março deste ano de Nosso Senhor Joaquim Agostinho de dois mil e dezanove será “grilos”.
Só quando o Velopata se preparava para uma visita ao quarto de dar banho de modo a enxugar as lágrimas que se preparavam para escorrer quais cataratas do Niagára, ele percebeu que nem tudo estava perdido.
No interior aguardavam Lord Barbudo Refilão e Capitão Autoridade Celeste, para além de um Commuter Alucinado em modo Cicloturista que não deixaram por manete alheia a sua presença neste que se queria um glorioso evento.
E aqui o Velopata tem de abrir um parêntesis.
Lord Barbudo Refilão percorreu trezentos quilómetros na véspera, tendo pernoitado na sede do clube de Alte (que é segundo sua review é alte sede, portantos), providenciada pelo sempre impecável Pedro Pirralho, curador do Germano; Capitão Autoridade Celeste havia deixado Faro para trás num contra-relógio brutal de quase sessenta quilómetros para não falhar a hora à qual o início da cerimónia estava marcado, mesmo tendo realizado uma volta de cento e tal quilómetros com uma brutal dose de acumulado na véspera, e o Commuter Alucinado em modo Cicloturístico havia decidido à ultima das horas arriscar uma viagem de comboio para não perder esta festa, para depois pedalar mais sabem-se-lá-quantos-quilómetros até sua terra natal do Bombarral.
Minutos depois juntaram-se à festa Placas e a sua troupe portimonense, e para mal dos pecados velopáticos, um moçe de quem o Velopata já tinha muitas saudades de ouvir dizer bonitas frases como “vocês nem sabem andar na roda” ou “vocês não são ciclistas, vocês são malta que gosta é de passear de bicicleta” – o nosso mui querido Pro Ressabiado.
E assim se fez a festa, sendo engraçado frisar que dos cerca de cento e noventa e três membros da Divisão Velopata, muitos são os que vivem no reino algarvio, no entanto, aqueles que fizeram questão de marcar presença em maioria são moçes que vivem, no mínimo, a quase trezentos quilómetros do local do evento, portantos, estrangeiros lá do norte do país.
Curioso, não?
A conversa fluíu, a galhofa e gargalhada também, as mins voavam e das vinte e três medalhas que ansiosamente aguardavam a chegada dos pescoços de seus respectivos e justos vencedores, o Velopata entregou apenas…
Três.
Três míseras medalhas.
E é por tudo isto que nos anais da história do mais grandioso clube strávico, este ficará para sempre conhecido como o dia da P.G.G.C.M.I.P.V.
A Pequena Grande Gala de Congregação de Mui Importantes Personas Velopáticas.
Mas já diziam os antigos, “vivendo e aprendendo”.
Ou na versão velopática, vivendo, aprendendo e pedalando.
Assim, chega a vez do Velopata agradecer o respeito que todos vós haveis mostrado por ele – querem fotos e textos enaltecendo e brincado com as vossas prestações strávicas?
Vaiam ao Totta.
Seguem-se as classificações finais do ano de Nosso Senhor Joaquim Agostinho de dois mil e dezoito.
E já gozam.
Parabéns a todos.
Jersey Papa-Quilómetros
1º Professor Carochas – 27918,5 Km
2º Nuno Rosado – 20797 Km
3º Placas – 20284,1 Km

Atleta | Quilómetros totais de 2018 (Km) |
1º Professor Carochas | 27918,5 |
2º Nuno Rosado | 20797 |
3º Placas | 20284,1 |
4º Pedro Canais | 17170,3 |
5º O Velopata | 11643,3 |
6º Calhau Rolante | 11435 |
7º Hélder Lourenço | 11278,6 |
8º O Senhor Triatlo | 10731,7 |
9º Marco Gomes | 10727,4 |
10º Luís Abrantes | 10272,5 |
Jersey Carapau de Corrida
1º Comandante Batráquio – 16 pontos
2º Pro Ressabiado – 11 pontos
3º Paulo Rodrigues – 10 pontos
Para o cálculo final do pódio dos Carapaus de Corrida, o Velopata decidiu recorrer a uma análise estilo Jersey dos Pontos de uma Grande Volta, ou seja, por cada pódio conseguido ao longo do ano, o (pseudo)atleta recebia 1 ponto se obtido um terceiro lugar, 2 pontos no caso de um segundo lugar e o vencedor recebia 3 pontos.

Atleta | Pontos obtidos em 2018 |
1º Comandante Batráquio | 16 |
2º Pro Ressabiado | 11 |
3º Paulo Rodrigues | 10 |
4º António Henriques | 8 |
5º Fernando Coelho | 8 |
Jersey Cabra da Montanha
1º Professor Carochas – 399139 m
2º Placas – 232249 m
3º Luís Abrantes – 224279 m
Infelizmente e por motivos alheios à memória de um Velopata (a quantidade de mins Stout já ingeridas a tão matinal hora), a medalha respeitante ao segundo lugar do pódio de Cabras da Montanha não foi entregue a Placas.

E isto é uma chatice pois agora lá terá um Velopata de ir pedalar até reinos portimonenses quiçá aproveitando assim para passar pela Fóia de modo a garantir que a medalha chega a seu justo vencedor.
Atleta | Acumulado total de 2018 (m) |
1º Professor Carochas | 399139 |
2º Placas | 232249 |
3º Luís Abrantes | 224279 |
4º Nuno Rosado | 197765 |
5º Calhau Rolante | 190154 |
6º Paulo Russo | 142567 |
7º AAA | 140265 |
8º Nuno Fernandes | 142000 |
9º Marco Gomes | 139060 |
10º Zé das Bikes Pinto | 135122 |
Jersey Alucinado Diário
1º David Matos – 888 voltas
2º O Velopata – 515 voltas
3º Paulo Almeida – 484 voltas
Sim, o Velopata atribuíu uma medalha a ele próprio.
E daí?
Quem é que manda aqui mesmo?
Atleta | Total de registos strávicos de 2018 |
1º David Matos | 888 |
2º O Velopata | 515 |
3º Paulo Almeida | 484 |
4º Carlos Aboim | 355 |
5º Placas | 332 |
6º Nuno Fernandes | 327 |
7º Pedro Canais | 300 |
8º Marco Gomes | 265 |
9º Comandante Batráquio | 264 |
10º Paulo Rodrigues | 216 |
Jersey Melhor Batráquio
1º O Senhor Triatlo – 12065,1 Km
2º Comandante Batráquio – 10365,8 Km
3ª Mad Fontinhas – 9334,3 Km
Atleta | Quilómetros totais de 2018 (Km) |
1º O Senhor Triatlo | 12065,1 |
2º Comandante Batráquio | 10365,8 |
3ª Mad Fontinhas | 9334,3 |
4º João Pedro Oliveira | 7268,9 |
5º O Holandês Voador da Quarteira | 5236,5 |
Jersey Lanterna Vermelha
Lioness of Porches
Como é óbvio não se desiste da mais importante rede social alguma vez criada, o Strava, muito menos se deixa um clube como a Divisão Velopata impunemente.
Jersey Melhor Macho Ressabiado
1º Professor Carochas – 62 pontos
2º David Matos – 31 pontos
3º Nuno Rosado – 30 pontos
Para o cálculo do mais grande Macho Ressabiado, o Velopata seguiu novamente um sistema de pontos em função dos pódios obtidos (primeiro lugar recebeu 3 pontos, segundo ganhou 2 e terceiro recebeu 1). Para esta análise foram excluídos os pódios batráquios e é importante frisar que um pódio na Crazy Ride permitia ao doid… Atleta auferir automaticamente 5 pontos.
Atleta | Pontos totais de 2018 |
1º Professor Carochas | 62 |
2º David Matos | 31 |
3º Nuno Rosado | 30 |
4º O Velopata | 26 |
5º Paulo Almeida | 23 |
6º Fernando Coelho | 18 |
7º Comandante Batráquio | 17 |
8º Placas | 16 |
9º Paulo Rodrigues | 11 |
10º Pro Ressabiado | 11 |
11º Paraquedista Ressabiado | 11 |
12º Lord Barbudo | 10 |
13º Luís Abrantes | 9 |
14º António Henriques | 8 |
15º Pedro Canais | 7 |
16º Mini Pro Ressabiado | 7 |
17º Humberto Vaz | 6 |
18º Calhau Rolante | 6 |
19º João Manuel Pinto | 6 |
20º Carlos Aboim | 5 |
21º Tiago Neves | 5 |
22º AAA | 5 |
23º Sérgio Coelho | 5 |
24º O Tiko | 4 |
25º Nuno Fernandes | 4 |
26º Moço do Treco | 2 |
27º O Gajo que já foi Prof | 2 |
28º O Pianista | 2 |
29º Joel Banza | 1 |
30º João Pedro Oliveira | 1 |
31º Marco Gomes | 1 |
32º Claudio Alexandre | 1 |
Jersey Melhor Fêmea Ressabiada
1ª Aprendiz de Ressabiada – 22 pontos
2ª Ally Martins – 18 pontos
3ª Verónica Fernandes – 11 pontos
Para as fêmeas do nosso clube, o sistema seguido foi idêntico ao dos machos.
Apenas para registo e porque o Velopata tem aqui de bradar… PORQUE RAZÃO NENHUMA FÊMEA APARECEU PARA A GRANDIOSA GALA?
Receio da rebarba?
Pois vaiam ver como a coisa vai mudar…
No more rebarba.
Atleta | Pontos totais de 2018 |
1ª Aprendiz de Ressabiada | 22 |
2ª Ally Martins | 18 |
3ª Verónica Fernandes | 11 |
4ª Mad Fontinhas | 9 |
5ª Lioness of Porches | 7 |
6ª Pro Ressabiada | 2 |
7ª Vanessa Sofia | 2 |
8ª A Senhora das Águas | 1 |
Jersey Crazy Ride
Lord Barbudo Refilão – Silk Road Mountain Race
Se muitos dos mui queridos leitores se questionam quem é este tal de Lord Barbudo Refilão, lembrem-se, é aquele Ciclista que todos queremos ser quando crescermos.

Para terminar, o Velopata avisa que irá proceder a contactos com os vários vencedores que não puderam estar presentes de modo a fazer-lhes chegar as respectivas medalhas.
Mas preparai-vos que a partir desta data, muita coisa irá mudar no seio da Divisão Velopata.
E não.
Ele não está amuada.
Está pior.
Lixado com um F bem maiúsculo.
Claro que esta publicação não podia terminar sem um sentido agradecimento a todos os que marcaram presença no Germano no dia trinta e um de Março deste ano de Nosso Senhor Joaquim Agostinho de dois mil e dezanove (e até aos que enviaram mensagens a um Velopata justificando porque razão não podiam comparecer ou compareceram como quem comparece mesmo).
São vós que dão força a um Velopata para continuar, foi a vossa presença e boa disposição que fizeram daquele um dia inesquecível.

E óbviamente, um agradecimento muito especial aos curadores do Germano; Pedro e sua respectiva que miserávelmente o Velopata esquece sempre o nome, pela paciência para aturar cinco Ciclistas que muito barulho e festa fizeram.
Como sempre, sugestões e reclamações podem ser enviadas para;
bemoremike@seusingratosdocacete.mail.com
Abraços velocipédicos,
Velopata
Muito bom, como sempre🚴
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