Divisão Velopata – A carocha, Maio a dá e Maio a leva

Parcas letras e palavras que se materializam na tela branca do monitor que logo de seguida são obliteradas para todo o sempre. Não servem, nunca estão boas o suficiente.

Um cérebro que teima em não desenvolver, como um cubo de rodas Shimano R500 que, para além de extremamente fraquinhas, já calcorrearam muitos quilómetros. Os esguios dedos, presos como um eixo pedaleiro que necessita urgentemente de massa.

Ao longo do curto tempo de vida deste alucinado espaço velointernético, raras foram as vezes em que um Velopata se sentiu assim; não saber o que escrever, nunca encontrar as palavras certas para descrever seja lá o que fôr que lhe vai na alma.

Bloqueio de Escritor.

Pelo menos, é o que na internet chamam a esta maleita da qual o Velopata parece estar a padecer como quem padece mesmo.

“Ó Velopata mas tu lá és escritor…” – notarão os mais assertivos seguidores deste espaço velocibernético.

E com razão.

Colocando em prática alguns dos truques, dicas e conselhos de outros tantos que já experienciaram o mesmo, o Velopata tentou entender as razões que levaram a tamanho crash cerebral.

Terá sido a desistência da Cicloperegrinação?

Muitos artigos pululam pela imensidão cibernética onde vários estudiosos já se debruçaram sobre este tema; o facto de muitos atletas de alta competição, vendo os seus hercúleos esforços e difíceis objectivos findarem ou até mesmo caír por terra (ou alcatrão, no concreto caso velopático), entrarem nuna depressiva espiral de desespero e descrença e desolação e coiso.

O problema é que o Velopata não passa de um atleta… De baixa competição.

Terá sido o crescente número de homicídios de ciclistas?

Um jovem nas suas 18 primaveras, roubado de um promissor futuro velocipédico e de sua família, apenas porque uma besta enlatada achou que não haveria problema algum em conduzir embriagado… E o Velopata ainda cometeu o erro de ler as caixas de comentários da notícia que alastrou pela internet, onde um sem número de energúmenos ainda acreditava e defendia que o pobre enlatado não tinha culpa; os acidentes acontecem e os ciclistas é que têm a mania que com estas novas leis é tudo deles… É difícil manter a calma e paciência quando se lêem alarvidades destas. Menos uns pontos para a esperança na humanidade e mais uns pontos no descrédito desta espécie que se diz a mais inteligente deste Terceiro Calhau a contar do Sol.

Ainda para mais quando o Velopata teve o (des)prazer de ler alguns comentários ridículos provenientes de alguns que se dizem Ciclistas.

E aquela sensação de desaustino só aumentou.

Mas não será hoje que o Velopata se debruçará sobre este tema.

Já dizia Guy Ritchie no seu brilhante filme Lock, Stock and Two Smoking Barrels, ainda mais brilhantemente traduzido para português, que um mal nunca vem só.

A juntar a tudo isto, eis que a primeira séria maleita afligiu o Velopatazinho.

O Velopata preferia que tivesse sido asma, pois parece que dá melhores resultados ao nível do World Tour, mas não. Uma infecção bacteriana causada por Streptococcus pneumoniaeHaemophilus influenzae Moraxella catarrhalis, traduziu-se numa otite que levou a umas terríveis e complicadas duas semanas, principalmente porque estas deviam ser bactérias de vida duvidosa e boémia pois as suas dolorosas manifestações ocorriam maioritariamente à noite.

Por sorte os antibióticos actuais já não possuem aquele sabor a fel de outrora e apesar do aspecto a gosma amarelada, não foi de todo difícil administrar o antibiótico ao Velopatazinho que passou vários dias e noites numa alternância entre choro de protesto e choro de dor, levando mesmo a Srª Velopata a questionar se seria uma verdadeira otite aquela que o seu mais-que-tudo rebento estaria a sofrer ou apenas a genética do progenitor velopático mostrando os seus precoces sinais.

“Estás cada vez mais parecido com o teu pai, sempre a mandar vir.” – foi o comentário da Srª Velopata em antes de saber que efetivamente várias bactérias se haviam alojado no interior daquele fofinho ouvido.

Findas duas duras semanas de muitas noites mal dormidas, onde o Velopatazinho já não acordava naquele habitual berreiro como se o próprio Bibi estivesse ali ao lado do berço e sim numa sanfona tal que dir-se-ia estar lá toda a clientela da Casa Pia mais o Cláudio Ramos e até o Gustavo Santos, e o que haveria de estar guardado na rifa para um já almariado Velopata?

Uma amigdalite-faringite (que o Velopata não chegou a perceber bem a terminologia técnico-táctica da coisa, apenas que aquilo era uma maleita que tinha as gites todas), acometeu a Srª Velopata.

Vida de progenitor, pai, marido, esposo, companheiro e coiso não é fácil, meus caros companheiros do pedal.

Num rápido e fugaz vapt-vupt, o Velopata deixou de se poder preocupar com as verdadeiras questões existenciais deste duro circo que é a vida; como cadências, mesociclos do lactato aeróbio e watts, para se tornar um especialista em mudança de fraldas e lides domésticas.

Findo este período de convalescência velocipédica e o Velopata pode regressar ao que mais lhe dá prazer na vida.

Mas o Bloqueio de Escritor lá continuava.

Foi então que ele decidiu recorrer ao Doutor Google e procurar por entre os milhares de artigos onde muitos contavam as suas experiências com essa atroz maleita cerebral, quais as soluções que apresentavam melhores e mais rápidos resultados.

Vale da Nora.

Pequeno Pintor.

Monte dos Amigos.

Pacheca.

Até a uns pacotes de 5 litros de Lagar de Pias e Navegadores ele recorreu, tendo estes motivado inúmeros protestos da Srª Velopata que, após observar o Velopata a escolher qual a melhor alcoólica opção empacotada no corredor do hipermercado, comentou;

“Vinho de pacote? VINHO DE PACOTE? Queres ver que tenho de começar a esconder e trancar os perfumes lá de casa num armário secreto?”

O problema é que no Velopata, os efeitos do tintol são apenas dois; um sonolência tal que dir-se-ia o Velopata ter sido picado por não uma, mas sim um enxame de moscas tsé-tsé ou então… Aquela vontade de chorar descontroladamente como se de uma adolescente que acabou de descobrir que o Justino Bieber é picolho se tratasse.

E depois, isto aconteceu;

comentários maio

Talvez fosse mesmo isto que um Velopata necessitava; umas palavras de encorajamento dos que o acompanham e seguem, mesmo que separados por alguns quilómetros e outros que nem pessoalmente ele conhece, sentindo assim que todo este trabalho pro bono não é inglório ou em vão. É que às vezes o Velopata fica com aquela sensação que é só mais uma espécie de estagiário do duro circo que é a vida do pedal. Muito trabalho e pouco retorno.

Portantos sem mais demoras vamos então analisar as prestações de Maio do nosso mais querido clube strávico que é a Divisão Velopata, ficando a promessa velopática que o relato da (des)abençoada Cicloperegrinação estará aí ao virar da curva cega em descida acentuada (quem esperou tanto tempo, também espera mais um pouco), e ainda que as classificações de Junho trarão consigo uma surpresa que, claro está, só dará mais trabalho exceliano a um já submerso em trabalho Velopata.

Jersey Papa-Quilómetros

1º Nuno Rosado – 1930 Km

2º Professor Carochas – 1757 Km

3º Placas – 1681,6 Km

É com o pedal de encaixe direito que entramos no pódio dos distribuidores carocheiros que mais quilómetros embutem nos seus pistons, no entanto, mesmo sendo um pódio já tantas outras vezes ouvisto e sem surpresas, há algumas ressalvas a apontar.

Ao que o Velopata conseguiu apurar (que é como quem escreve, coscuvilhar), Nuno Rosado trocou a sua nipónica Fuji em carbono por uma Qüer, também em carbono, só que este é daquele full aero carbono. Se para muitos esta poderá parecer uma belíssima troca de montada, para o Velopata esses velocípedes holandeses acarretam alguns problemas, iniciando-se estes logo no nome da dita cuja que, mesmo mal pronunciado, lembra a palavra homónimofíliaca ou lá o que é do diccionário anglo-saxocamónicoQueer.

Que significa Cláudio Ramos.

Ou Gustavo Santos.

Picolho, portantos.

Por sorte, Nuno Rosado é nativo de Portugal e não habita por terras de nuestros hermanos que tudo traduzem, evitando assim aquele desconfortável silêncio sempre que algum outro comparsa de pedalada se referisse à sua nobre montada com frases como;

“Usted tienes una bici Maricón?”

“Me gusta tu bici Maricón.”

Isto era razão mais que suficiente para criar um grave acidente diplomático na comunidade ibérica, ainda para mais quando se atenta ao tamanho dos membros superiores de Nuno Rosado, para além da sua experiência enquanto militar (outra das coscuvilhices velopáticas), e isto apenas para cimentar que uma desgraça em Almaraz seria brincadeira de petizes quando comparada com o estrago que Nuno Rosado poderia provocar.

Mas atentai que Nuno Rosado pouco ou nada terá a ver com determinados ex-líderes do partido do taxi e do catolicismo facista do CDS-PP (algo que tem muita lógica), até porque como o Velopata já referiu no passado mês de Abril, este é um moço tão ávido, mas tão ávido de distribuição carocheira, que até a própria família encarocha.

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A nova máquina de distribuição carocheira de Nuno Rosado. Já se sabe que quando a malta se mete nestas coisas do full aero… O ressabio é 100% garantido.

Resta agora saber se também a sua respectiva fêmea e cria foram abençoadas com umas máquinas novas, no entanto, a avaliar pela expressão facial da fêmea Rosado, a distribuição carocheira familiar vai continuar;

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Isto quase roça a violência doméstico-velocipédica familiar.

No segundo lugar deste pódio, no qual em longínquos tempos idos o Velopata aspirava a qualquer coisinha, surgiu um autêntico problema de ordem metafísico-deontológica quando o nosso querido Professor Carochas decidiu envolver-se numa salutar contenda com o batraquiame biseuense, distribuíndo carochas em monte na anfíbia prova Triatlo Sprint de Biseu.

Aquilo deviam ser carochas na água, carochas no alcatrão e carochas… Erh… Uhm… Nas sapatilhas, uma vez que ténis é um desporto (menor), e no caso de chamarem ténis à peça de calçado que colocamos nos chispes, lembrem-se – certamente o singular de ténies não será ténie.

E agora?

Deve o Velopata passar a considerar Professor Carochas um Batráquio na sua plenitude?

O Velopata matutou muito como quem matuta mesmo, chegando a uma conclusão sobre que estranhos e obscuros motivos poderão levar a que um ciclista da carocheira classe distribuidora como só Professor Carochas as sabe forçar à ingestão dos mais incautos, opte por se embrenhar nos pantanosos meandros dos que nadam, fazem a parte do ciclismo e correm?

Após noites sem dormir, preocupado com estas e outras questões existenciais, a conclusão era óbvia – estamos na presença de alguém que, à semelhança dos Espartanos da celebrada película 300 de Zack Snyder, buscavam incessantemente por um guerreiro capaz de lhes proporcionar uma morte digna, Professor Carochas procura desesperadamente por alguém que lhe consiga… Espetar carochas.

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Professor Carochas a provar que mesmo numa prova batráquia é possível respeitar o código deontológico velocipédico, utilizando os óculos por cima das fitas do capacete. Batráquios, aprendam com quem sabe!

No terceiro lugar deste pódio temos o regresso de Placas, com quem o Velopata finalmente privou, ainda que durante uns breves e fugazes instantes, aquando uma das suas últimas visitas à esplanada do Germano Biciarte Café (where else?, já dizia o George Clooney).

A conversa foi parca mas suficiente para o Velopata perceber que, para além de ambos partilharem um muito bom gosto no que a velocípedes toca (lembrem-se que Placas mune-se de uma Cannondale Synapse, bicicleta que já muitas vezes levou o simpático staff da G-Ride a lavar o chão da loja em torno do altar onde um destes velocípedes repousa, dada a quantidade de baba que o Velopata lá deixa), partilha também um especial carinho em relação à troupe dos Randonneurs do Audax do Brevet e coiso portugueses.

É que esta malta é tão inclusiva mas tão inclusiva, aquilo é um exagero tal de inclusividade que, para se poder participar numa daquelas belas voltas de 300 e 400 quilómetros que eles organizam, onde Placas queria marcar presença, é necessário ter participado nas outras de 200 quilómetros, onde Placas não participou.

E assim, Placas lá ficou de fora.

Porque parece que para esta malta, os registos strávicos para nada contam.

E esta desconsideração pelo Strava parece, ao auspicioso olhar velopático, uma blasfémia.

E se acreditais que o Velopata está só a ser embirrento e mauzinho, lembrem-se que no transacto ano de Deus Nosso Senhor Joaquim Agostinho de 2017, aquando da preparação para a Odisseia Algarvia, o Velopata enviou uma mensagem toda simpática e catita à sucursal algarvia dos Audax do Brevet dos Randonneurs, convidando-os a juntar-se ao mega empenão ou apenas a prestar auxílio velopático, publicitando o evento, tendo obtido a espectacular resposta abaixo, transcrita na íntegra;

”          .”

Como o Velopata gosta mesmo muito de contribuír como quem contribui mesmo, ele deixa aqui a dica da resposta que esta troupe poderia optar por escrever no messenger;

“Ó Velopata, vai mas é à merda!”

Teria sido mais educado.

Jersey Carapau de Corrida

1º Comandante Batráquio – 34,6 Km/h

2º Pro Ressabiado – 32 Km/h

3º Moço do Treco – 31,3 Km/h

Mais um mês e novamente é um batráquio que domina a classificação deste nosso mui querido clube, dedicada aos que não sabem o que é pedalar sem uma boa dose de ressabio.

Questionava-se o Velopata como seria possível que moços como o Pro Ressabiado, Moço do Treco, Mini Pro Ressabiado e Marco Prima, entre tantos outros, se desleixassem ao ponto de permitir que um anfíbio os continue a destronar nesta ressabiada contenda, quando chegou ao feed velopático uma imagem da máquina na qual Comandante Batráquio distribui as carochas anfíbias;

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C-a-c-e-t-e.

É que o Velopata já tinha ouvisto dizer que Comandante Batráquio era assim apelidado dado o seu métier envolver a pilotagem de ineficientes máquinas voadoras poluidoras (comunemente conhecidas por aviões), mas isto parece claramente A Mãe De Todos Os Aviões aos entretanto lacrimejantes olhos velopáticos.

Infelizmente, um tenaz e treinado olhar como só o Velopata consegue ter, detectou imediatamente vários crassos erros que só um Batráquio poderia cometer ante tão bela obra de arte italiana quiçá apenas suplantada pela Monica Bellucci.

Todos sabem que aquando do repouso de um velocípede, mesmo que se trate de uma bicicleta de contra-relógio (lembrem-se que bicicletas de triatlo não existem), a corrrente deve encontrar-se engatada no prato pequeno. Depois há ainda a questão do aperto rápido da roda traseira lenticular que será do senso comum de todo o ciclista, deve ser colocado em paralelo com a escora inferior esquerda

Que raios é aquilo?

Fotografar uma Colnago com a corrente engatada no prato grande e o aperto rápido da roda montado daquela forma que não tem jeito nenhum… Seria como… Como… Uma fotografia daquelas todas bonitas da Monica Bellucci, só que atulhada de pêlos nos sovacos e a depilação com vários meses por fazer, para além de um farfalhudo buço.

Vamos lá a mostrar um bocadinho mais de amor pela montada, se faz favor. Estamos na presença de uma Colnago, não se trata de um mero velocípede qualquer.

O pódio dos nossos queridos ressabiados Carapaus de Corrida completa-se com o regresso da elite ressabiada do CDASJ, sob comando de Pro Ressabiado e Moço do Treco, que mesmo não treinando para nenhuma prova em concreto, continuam a não saber o que é pedalar pelo simples prazer de pedalar.

Porque já diziam os antigos; a vida são dois dias, a pedalada, três, e há que chegar lá sempre em antes dos outros.

Jersey Cabra da Montanha

1º Professor Carochas – 26819 m

2º  Calhau Rolante – 25995 m

3º Luís Abrantes – 20243 m

Para não variar muito, esta continua a ser uma classificação dominada pela troupe biseuense com Professor Carochas e Luís Abrantes liderando as hostilidades e à semelhança de muitos outros meses, aqui e ali intromete-se um mais afoito ciclista que procura deliberadamente uma boa dose de sofrimento mensal em estradas positivamente inclinadas como foi o caso de Calhau Rolante.

Que parece estar a preparar a sua gloriosa época de granfondues e outras épicas provas por terras do chocolate e queijo esburacado. É firme opinião velopática que voltaremos a ver Calhau Rolante marcar presença neste pódio, sempre com aquele simpático e porreiraço sorriso na face, mesmo quando em 50 quilómetros de volta embute uns brutos 2000 metros de acumulado. E isto num dia em que o objectivo era só rolar.

Chegado a esta classificação, o Velopata percebeu que Professor Carochas não poderá jamais ser considerado exclusivamente um Batráquio, mesmo participando nas competições do Homem de Ferro e mostrando ao restante batraquiame o que é uma carocha grande, gorda e de difícil digestão – quem sobe assim não pode caber numa categoria tão restritiva e exclusiva como a dos Batráquios.

Já quanto a Luís Abrantes, o Velopata não se vai alongar muito, mas já não é a primeira, nem será certamente a última vez que este rijo moço biseuense partilha pelas redes sociais invejosas fotos glorificando enlatados de 4 rodas de alta cilindrada (aqueles que fazem todo o sentido num país onde a velocidade máxima permitida em auto-estrada é de 120 Km/h), para além de fotos de ainda mais primitivas latas de duas rodas movidas a básicos e poluidores motores de combustão, escrevendo palavras de júbilo e adoração.

Meu caro amigo, esse tipo de adoração pelo enlatado poderia muito bem custar-lhe uns pontos negativos na Divisão Velopata, quiçá até a justa e merecida expulsão mas, como acima de tudo o Velopata é um ser benevolente, ele vai deixando tamanha blasfémia passar impune. Mas fica o aviso.

É que muito custou ao Velopata ser forçado a deixar fora deste pódio o comparsa do pedal AAA.

Que significa Agente da Autoridade Anónimo.

Uma jóia de moço, ciclista intrépido e aventureiro que durante o mês de Maio se lançou com a sua tuénináiner numa longa jornada de vários dias percorrendo a solo a maravilhosa Via Algarviana.

Tendo registado uns brutais 20084 metros de acumulado ao longo do mês, o Velopata ainda pensou em penalizar Luís Abrantes em alguns metros e potenciar a presença no pódio de AAA, mas sabendo que a troupe biseuense vem muitas vezes ao Allgarve gozar férias, o Velopata optou por não arranjar ainda mais atritos, afinal de contas, já não basta ter a mitralhada amigalhaça do Pro Ressabiado da Quarteira à perna, juntem-lhes agora Nuno Rosado, que por estas linhas já deve estar armado de G3 (a arma, não confundir com um qualquer modelo de BH), a caminho do sul depois do Velopata ter apelidado a sua nova máquina de maricón, aliado à simpática troupe dos Brevet dos Randonneurs do Audax e… Mais dia, menos dia, um Velopata arrisca-se a ser encontrado numa valeta ou num escuro beco qualquer, acometido de uma valente carga de porrada.

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AAA na sua versão cheio da pausa, acompanhado da sua roda tuénináiner. Isto poderia muito bem ser a capa de uma espécie de revista Playboy para fêmeas adeptas do Bêtêtê. Ou  para picolhos, se atentarem ao formato fálico do calhau sobre o qual o braço de AAA repousa.

Jersey Alucinado Diário

1º David Matos – 80 Voltas

2º O Velopata – 48 Voltas

3º Cláudio Alexandre – 44 Voltas

Novamente David Matos não deixa a carocha por manete alheia, registando umas brutais oitenta voltas durante o mês de Maio.

Oitenta voltas, certo?

Isto é um nível de velopatia aguda extremamente difícil de suplantar e é assim que se quer, ficando apenas uma questão no cérebro velopático que é; o que não fará David Matos montado na sua bicicleta? Haverá vida para David Matos para além da pedalada?

No segundo lugar do pódio não surpreenderá ninguém que apareça o Velopata, fruto dos seus esforços para tentar aparecer destacado em qualquer categoria nos pódios por ele curados.

Mas o mui querido leitor não se deixe enganar se pensa que esta classificação velopática foi fácil – este mês deu-se a chegada de um novo concorrente que momentâneamente, assustou e tentou o assalto ao segundo lugar velopático; Cláudio Alexandre ficou a escassas 4 voltas de empatar com o Velopata, no entanto, de modo a promover a salutar competição, o mui querido leitor deve notar que o Velopata, em toda a sua jurisprudência, ideal de justiça e bom senso, sempre atribuíria o segundo lugar a ele próprio porque… Sim.

Claro que o Velopata tratou de coscuvilhar quem seria este Cláudio Alexandre, um moço que se apresenta como Ciclista e Entusiasta das Bicicletas apesar de ao olhar velopatóide parecer mais um ressabiado enlicrado que própriamente um commuter;

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Cláudio Alexandre em toda a sua potência ressabiada. Não obstante o facto de recorrer ao uso dos óculos por baixo das fitas do capacete (esta juventude está perdida), o Velopata não pode deixar de reparar na legenda que o moço escolheu para esta sua fotografia – it never gets easieryou just go faster. Pois amigo, o Velopata tem uma novidade para ti, uma adenda descoberta pelo Velopata nestes muitos anos de sofrimento velocipédico – it gets easieryou go slower.

Veremos como evolui esta contenda entre o mais forte dos commuters da nossa querida Divisão Velopata, notando que esta presença de Cláudio Alexandre no pódio, deixando para trás nomes como Paulo Almeida ou o nosso entretanto desaparecido Guerreiro do Brexit Carlos Aboim, pode apenas dever-se a umas férias dos seus compromissos de labuta, aproveitando o moço (e bem), para embutir voltas e quilometragem nas pernas.

Jersey Melhor Batráquio

1º O Grande Batráquio – 1630,2 Km

2º Comandante Batráquio – 898,1 Km

3º Madalena Fontinhas – 692,7 Km

Eis que se dá o regresso de O Grande Batráquio ao pódio ao qual já nos habitou e onde parece não existir anfíbio capaz de o destronar do nenúfar.

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O Grande Batráquio na prova do Homem de Ferro de Lanzarote, durante este mês de Maio de 2018. Mais uma vez o Velopata vê-se forçado a apontar para a notória falta de respeito pelo código deontológico velocipédico do batraquiame – todos sabemos que a pala de um cycling cap deve ser usada em virada para cima. Shame on you Senhor Triatlo!

O pódio completa-se com outras presenças já mais que habituais, Comandante Batráquio e Madalena Fontinhas.

Abre-se agora o espaço para o Velopata partilhar com a sua fiel legião de leitores, mais uma por entre as muitas questões existenciais que o apoquentam, privando-o do soninho recuperador bom.

Provas do bêtêtê, ele é em monte e ao pontapé, chegando mesmo a contabilizar-se às 4 e 5 num único fim de semana que, para os mais distraídos, tem apenas dois dias.

Provas anfíbias? Idem. Parece que todas as semanas o batraquiame regozija e coaxa à grande.

E provas de Ciclismo a sério, daquele de estrada?

É uma ou outra, quando o Rei faz anos e não se esqueçam que vivemos na que dizem ser uma espécie de democracia republicana.

Que o bêtêtê tenha uma absurda quantidade de provas, até se entende. Estas decorrem no meio de nenhures e a logística é facilitada. Mas agora vamos lá ver uma coisa; uma prova batráquia necessita de;

  1. espaço aquático para dar às barbatanas;
  2. espaço alcatroado para poderem praticar a parte do ciclismo;
  3. espaço alcatroado para poderem dar aos chispes.

Com uma logística tão aperaltada como esta e ainda assim estes mafarricos conseguem ter disponíveis mais provas que os verdadeiros ciclistas, homens que vestem licras apertadas, depilam as pernas e recorrem ao carbono, daquele que é mesmo só carbono, 100% carbono, totalmente em carbono, full aero carbono, para suas montadas.

Como se justifica isto?

O Velopata não sabe, resta-lhe apenas matutar como quem matuta mesmo sobre este assunto e quiçá, esmiuçá-lo em outras oportunas instâncias.

Jersey Lanterna Vermelha

Os Senhores das Águas

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Aquela bigodaça…

Outrora presenças assíduas nos pódios essencialmente anfíbios, eis que O Senhor das Águas e sua respectiva A Senhora das Águas parecem ter obliterado a sua presença neste glorioso clube que é a Divisão Velopata.

Quando questionado sobre esse facto, O Senhor das Águas teve a infeliz ideia de afirmar que muitos dos seus treinos nem sequer são uploudados para o Strava e, verdade seja escrita, uma displicência deste calibre em relação à mais nobre das redes sociais, o Velopata não pode permitir.

Mas lá está, sendo o Velopata a benevolência em pessoa, a explicação mais lógica que ele encontra é o facto de aquela farfalhuda bigodaça, de criar inveja a qualquer jogador desse desporto menor da bola dos anos 70 e 80 português, esteja a toldar a mente de O Senhor das Águas.

E claro, A Senhora das Águas vai por arrasto, não se alongando aqui o Velopata sobre que moda pilosa dos anos 70 e 80 terá ela decidido imitar, em complacência com o seu respectivo.

Sempre a coscuvilhar como quem coscuvilha mesmo, o Velopata descobriu que esta ausência se deve sim, ao facto de o casal ter enveredado por uma variante do cross-fit que consiste em… Mudanças.

Ao que tudo indica, a loja na qual O Senhor das Águas é curador, a Tri-It, mudou recentemente as suas instalações para o centro alfacinha, aliando-se a uma outra já existente, a Binaclínica.

(Nota velopatóide: viram como se consegue fazer publicidade sub-reptícia à loja de um camarada do pedal?)

Melhor Macho Ressabiado

1º Professor Carochas

2º David Matos

3º AAA

Lendo o que foi (mal) escrito até agora, não deverão restar muitas dúvidas sobre os justos machos vencedores da mais importante categoria do nosso mui querido clube.

Como sempre, o Velopata recomenda que todos os que discordem deste pódio resolvam isso no alcatrão ou nos trilhos.

E se muitos de vós questionam porque razão o Agente da Autoridade Anónimo ocupa um honroso terceiro lugar do pódio mesmo sem marcar presença numa outra categoria, lembrem-se que a Divisão Velopata não é uma comuna anarco-sindicalista e que, à semelhança de uma despótica tirania fascizóide, o Velopata prefere premiar aqueles como AAA, que fazem questão de convidar o Velopata a emborcar umas quantas bujecas sempre que o seu caminho cruza o Allgarve.

Se isto é clara corrupção activa e prevaricação dos mais altos valores strávicos e velopáticos, numa espécie de Raríssimas, versão carbonatada?

É.

Mas quem é que manda aqui mesmo?

Quem é que se alevanta da cama pelas seis horas da madrugada para trabalhar em complicados cálculos físico-químico-quânticos em indecifráveis folhas Excel?

Pois.

Melhor Fêmea Ressabiada

1ª Aprendiz de Ressabiada

2ª Madalena Fontinhas

3ª Ally Martins

Ela é granfondues, maratonas, raids e dum dums de bêtêtê, trails, ultra trails, duatlos e aquatlos (mas que raios foram inventar agora os batráquios? Aquatlo???), o que ela não sabe é estar quieta, saíndo a pedalar pelo país fora e distribuíndo carochas por todas as fêmeas e até mesmo alguns machos mais incautos que lhe apareçam pela frente.

Postos estes factos, não foi nenhuma surpresa para ninguém (salvo os estrangeiros lá do norte do país que ainda a desconhecem), que a nossa rija (e gira!), moça tavirense Aprendiz de Ressabiada se deslocasse até ao Douro Grandfondue e trouxesse o caneco para casa.

Escritas estas linhas, e o Velopata equaciona alterar o mote deste espaço velointernético de referência de Sexo, Drogas, Rock n´Roll e Bicicletas para algo mais real e directo como Velopata – sempre a piscar o olho aos borrachos enlicrados, arriscando saraus de porrada dos respectivos, ou algo do género.

É que por esta hora, já estará o respectivo da Aprendiz de Ressabiada a juntar uma troupe tavirense para dar caça ao Velopata, ensinando-o a não andar para aqui a piscar o olho a bicicleta alheia.

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Aprendiz de Ressabiada no pódio do Douro Granfondue.

Madalena Fontinhas e Ally Martins, outros dois bonitos motivos de rebarba do nosso clube (Velopata não aprende mesmo, com uma só cajadada consegue ofender mais dois respectivos), compõem o resto do pódio onde o grande destaque deste mês de Maio são três ausências de peso.

A primeira é a nossa rija Pro Ressabiada que, mesmo sendo Batráquia de excelência, resolveu dedicar-se a uma cicloperegrinação onde calcorreu a mítica Estrada Nacional 2 ao longo de vários dias. O Velopata esperava que aqueles 730 quilómetros a auxiliassem a um merecido lugar no pódio, o problema é que o período (não confundir com menstruação), de recobro durou mais que o previsto, acabando por ficar fora da jersey mais bonita deste nosso mui amado clube.

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Pro Ressabiada (à esquerda), acompanhada de uma outra bifa, posam junto a um icónico marco dos tempos em que a vida tinha menos piada; as rodas das bicicletas eram quadradas, o Garmin não tinha sido inventado e o Strava apenas existia em sonhos. Como conseguia aquela gente viver?

E depois a má sorte e desaustino que se abateram sobre duas máquinas deste nosso recanto strávico; as incapacitantes quedas de Lioness of Porches e Verónica Fernandes.

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Aquela foto de teor quase badalhoco mas que garante mais uns quantos rebarbados likes ao Blog do Velopata.
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Aquela foto que de badalhoco tem muito pouco (se bem que existem fetichistas de tudo e mais alguma coisa), partilhada pela nossa máquina Verónica Fernandes pouco depois de ver os seus agrafos retirados do pulso.

Com quedas não se brinca e a única coisa que o Velopata pode aqui escrever é que ele deseja sinceramente as rápidas melhoras a ambas as duas, esperando que regressem rapidamente à estrada e aos trilhos, mais não seja porque na ausência destas duas máquinas, o nosso cantinho strávico fica… Mais feinho.

Jersey Crazy Ride

Paulo Almeida – Nossa Senhora Ride – 417,24 Km

Pelo pedalar do carbono, começa a parecer ao Velopata que esta ideia de Professor Carochas de galardoar a Crazy Ride mensal terá de começar a ter também um pódio, em vez de celebrar apenas um moço ou moça mais aventureiro e uma vez que com a chegada do bom tempo, são muitos os honrosos membros da Divisão Velopata que se lançam à aventura. Desde a travessia da Via Algarviana por AAA à viagem ao longo da EN2 pela nossa querida Pro Ressabiada, juntando às aventuras de Neves & Pinto & Cia (cognominados Zés das Bikes – já leram a sua última locura da boa pela Serra da Estrela?), o que não parecem faltar é quilómetros por devorar e aventuras a viver.

Mas até lá, o justo vencedor da aventura de Maio é Paulo Almeida, que contabilizou uma jornada de 417,24 quilómetros numa peregrinação até Fátima.

Com o Bloqueio de Escritor instalado, o Velopata não opinará muito mais sobre esta mais ou menos Santa Volta (até porque todos saberão que Cidade Santa só há uma e é Torres Vedras), logo, fica aqui o link para o relato do próprio sobre esta longa pedalada.

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A aventureira troupe de Paulo Almeida.

E assim se finaliza mais um capítulo da nossa mui amada Divisão Velopata neste ano de Deus Nosso Senhor Joaquim Agostinho de 2018.

Fraquinho o texto, n´é? Depois não digam que o Velopata não avisou.

Como ele sabe que ninguém o vai questionar, ele aproveita para descansar a sua horda de seguidores informando que tanto o Velopatazinho como a Srª Velopata já se encontram a 100%.

Como sempre, já sabem que sugestões e reclamações podem e devem ser enviadas para;

ovelopatapareceopolíciadamodavelocipédica@sóqueemmenospicolhomail.com

 

PS velopático: é favor notar que o Velopata nada tem contra o picolhame. É sua firme convicção que nenhum bicho humano tem direito a opinar sobre as opções culinárias seja de quem fôr exceptuando-se claro, aquela coisa do José Castelo Branco. A esse/a reserva-se o direito de gozar à vontade, vontadinha. De resto, cada um sabe de si e Deus Nosso Senhor Joaquim Agostinho trata do resto.

 

Abraços velocipédicos,

Velopata

4 comentários sobre “Divisão Velopata – A carocha, Maio a dá e Maio a leva

  1. Bou-me repetir:

    Para algumas (muitas) pessoas, estes tipos não passam de um grupo de cotas malucos metidos a radicais. Como assim!? Então, se pedalar por sete ou oito horas fazem-no apenas por puro prazer e vontade, meia hora depois dão meia volta e voltam da mesma forma ao ponto de partida, é o quê? O mais importante não é o quanto pedalaram, o que importa é curtir a pedalada, apreciar a paisagem e o espírito de grupo…

    Curtido por 1 pessoa

  2. Pingback: Divisão Velopata – Pedale por onde pedalar, a carocha há-de vir no São João – Blog do Velopata

  3. Pingback: Divisão Velopata – Em Novembro põe tudo a encarochar pode o Sol não tornar – Blog do Velopata

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