“Porque motivo estão os teus textos a ser parcos como a vegetação nos últimos quilómetros da subida à Fóia?”
“Porque parece estar a impressionante qualidade da tua escrita a deteriorar-se?”
“Porque raios ainda não haveis publicado o relato do que se passou na Odisseia Algarvia?”
“Que é feito do vídeo da Odisseia Algarvia, o tal que seria o mais grande blockbuster do Outono velocipédico? É que só o trailer deixou a malta a salivar por mais!”
O Velopata sabe que estas e outras questões pairam na mente dos seus mais acérrimos milhares de milhões de fãs, privando-os do recuperador sono nocturno, capacidade de concentração no local de labuta, enxaquecas, mau-estar generalizado e uma azia tal que nem Rennies e Kompensans parecem acalmar.
Mas deixem-no confortar-vos,; a explicação existe, é simples e bastante óbvia mas só os seguidores deste espaço velointernético que privam com o Velopata conhecem; a Srª Velopata terminou os 5 meses de licença de maternidade para regressar ao seu local de afincada labuta e a batatatinha mai fofinha mai quente e mai linda permaneceu sob alçada velopática – 1 mês inteiro no conforto do lar com o futuro vencedor de Grandes Voltas, o Velopatazinho.
Que criar e educar um futuro campeão das duas rodas sem motor não é fácil, já todos sabem inclusivé o Velopata, mas o que este vosso compincha do pedal de todo não esperava é que a sua rotina diária e o tempo para dedicar a assuntos velopáticos fossem completamente usurpados e consumidos pelo Velopatazinho.
Notem que o Velopata não se está a queixar, aliás, quem se está a queixar sois vós mas, é algo que o Velopata entende; viciam-se os leitores nestes espectaculares textos e vídeos e depois vem aquela ressaca quando o Velopata nada publica.
Decorria a apresentação do percurso e etapas do que se espera um renhido, podendo-se mesmo afirmar quase anti-Froomster Tour de France 2018, quando esta epifania puerpérica atingiu o cérebro velopático com a força de um intervalo de alta intensidade no rolo de treino – o Velopata está efectivamente a fazer um Tour… O Tour de Soup.
A velocidade média com que muda uma fralda.
A FTP máxima que consegue desenvolver enquanto empurra o ca… Carr… Carri… O ovinho montado naquela geringonça onde o Velopatazinho se faz transportar, nas duras subidas que o dueto calcorreia.
A capacidade pulmonar para estar horas a fio entoando canções de embalar.
A espectacular cadência com a qual consegue carregar aquela minúscula colher de sopa, papa ou fruta, para a da boca do Velopatazinho.
Em toda a sua vida, jamais o Velopata esperava dominar as valências acima descritas com tamanha mestria.
“Ó Velopata, que raios de relação pode existir entre a Volta a França e providenciar a bela da paparoca ao Velopatazinho?” – questionará o atento e querido leitor.
Mas o mais-que-tudo leitor ainda dúvida da palavra velopática?
Como muitos saberão, as etapas iniciais de qualquer Grande Volta que se preze são, em gíria popular “milho para os pardais”, e a edição do Tour de France 2018 não se prevê diferente. Naqueles primeiros dias andarão para lá sprinters à bulha, discutindo quem tem o maior carbono, até que chegam as etapas de montanha e se inicia finalmente a separação dos meninos dos homens. Pelo meio existem contra-relógios (individual e por equipas), e ainda uma etapa de famigerado pavê.
Um dia com o comando do Velopatazinho é, sem sombra de dúvida, uma prova de três semanas condensada em 24 extenuantes horas.
O dia inicia-se com uma chegada ao sprint que é em tudo semelhante à mudança da fralda noturna. Há que ser rápido pois caso contrário, à semelhança dos habituais esbardalhanços colectivos que terminam com sprinters e carbono estraçalhado espalhados pelo alcatrão, corre-se um sério risco de ter xixizinho de Velopatazinho espalhado pelo chão e paredes do lar.

Segue-se um curto e exaustivo contra-relógio individual no qual o Velopata tem uns escassos minutos para cumprir os seus diários rituais de higiene no quarto de banho, correndo o risco de ouvir a descontrolada goela do Velopatazinho entrar no modo “sanfona desgovernada”, pois do mesmo modo que nenhum ciclista gosta de ficar para trás e sozinho no decurso de uma group ride, também o Velopatazinho parece sofrer deste síndroma de abandono e bastam aí uns 5 segundos sem ter vivalma no seu campo de visão e lá entra aquela esganiçada goela ao trabalho.
Findo o contre le monde individuel já se tem uma ideia de quem perdeu tempo, quem está bem (ou mal), das pernas e quem quer efetivamente levar o caneco para casa ou, no caso velopático aqui exposto, qual o estado de espírito que domina o Velopatazinho, que muitas vezes já levou o Velopata a questionar-se sobre a bipolaridade da qual aquela fofura de 66 centímetros de altura parece padecer. No contínuo espaço-temporal que são 5 míseros segundos, o Velopatazinho é capaz de chorar como se a sua alma estivesse a ser arrancada do corpo, alternando com sonoras gargalhadas tão ternurentas que seriam capazes de derreter carbono de alto módulo.
Independentemente do seu estado de espírito, seguem-se uma série de etapas planas que consistem em galhofa e cavaqueira entre dois machos fechados no conforto do lar, um deles mais ou menos adulto, o outro prestes a atingir os 6 meses de idade e, com certeza, o mais-que-tudo leitor sabe o que isso significa.
Não, não são dias a fio a visualizar pornografia em monte.
Até porque ainda não é aconselhável o visionamento de filmes de acção por parte do Velopatazinho.
É certo que até se poderiam assistir a filmes de hentai, afinal sempre são mais apropriados a crianças pois, na sua essência, não deixam de ser desenhos animados, mas esse tipo de bizarrias envolvendo plantas de fálicas raízes praticando carícias maliciosas a colegiais adolescentes japonesas, não parece muito correto ao Velopata.
Algo que também nunca ocorreu na mente velopática foi a capacidade que a criação de progenia tem de fazer maravilhas pelo core de um atleta de baixa competição. Que o digam os escanzelados braçinhos somali do Velopata.
Carregar o Velopatazinho de um lado para o outro, brincar no ginásio; um estranho nome para um objecto que na prática serve para o bebé brincar e que só mais tarde o Velopata percebeu que quem sofre como num verdadeiro ginásio é ele, todo dobrado e prostado sobre o frio chão, ainda para mais com o inconveniente de lá não pulularem gaijas bem boas em curtas e apertadas vestimentas; atirá-lo ao ar e simular o seu vôo (o que ele adora isto!), atacar-lhe a barriga como um zombie esfomeado, com cócegas e dentadinhas de love, tudo isto não são mais que puros exercícios de core, nunca esquecendo que o peso do Velopatazinho ultrapassa já o de uma bicicleta World Tour (nota para os leitores civis, uma destas máquinas velocipédicas não pode ter um peso inferior a 6,8 Kg).
É então que a sombra das primeiras montanhas e as sofríveis chegadas em alto começam a pairar sobre um pelotão depleto de energias, o que indica ao Velopata que está na hora do primeiro grande teste deste Tour e do dia – providenciar a bela da paparoca ao Velopatazinho.
Claro que em antes da paparoca ocorre uma etapa canhão que consiste em mais uma mudança de fralda. Aliás, não foi referido pelo Velopata anteriormente mas certo é que desde o acordar até à hora da paparoca, são várias as mudanças de fralda que o dueto é forçado a suportar, nunca deixando de ser impressionante para o Velopata, a quantidade de desperdício líquido e sólido que aquele pequeno ser é capaz de produzir em tão curto espaço de tempo.
Sempre preocupada com a saúde do seu piqueno rebento, a Srª Velopata inúmeras vezes chamou a atenção velopática para a hora à qual a refeição não pode falhar, no entanto, esta é impossível de esquecer pois aquela piquena goela estravaza sonoros decibéis de todo o vazio do seu mini-estômago que, como o leitor verá, não parece tão mini quanto isso.
Às primeiras colheradas só uma imagem percorre a mente velopática; aqueles esgares de admiração e estranheza que o primeiro contacto com o chop-chop provoca no Velopatazinho lembram em tudo o nosso querido Fabinho (ou Aruzinho, se preferirem), quando sofre montanha acima, tentando não perder a roda da concorrência. Surgem também as comparações com sprinters e as primeiras etapas das grandes voltas na medida em que, se o primeiro milho é para os pardais, também as primeiras colheradas seguem para todo o lado excepto o estômago do mini-campeão, nomeadamente; queixo, babete (que nem é bem um babete, aquilo assemelha-se mais a um fato de mecânico da F1, só que em fofinho, servindo não só para proteger a integridade da roupa, mas também a saúde da máquina de lavar), cadeira, chão e paredes. Não sabendo e o incauto transeunte que por ali entrasse, certamente diria que algo tinha explodido no cesto dos legumes.

Após aquela estranheza inicial, a coisa entranha-se e a verdade é que nesse campo o Velopatazinho sai ao progenitor macho ou, nas palavras da Srª Velopata;
“Ele parece-se contigo e é a comer. É que isto é pior que alimentar jericos a pão-de-ló. Ainda terei de arranjar outro emprego só para pagar a comida de vocês dois!”

Mantendo uma alta cadência, exigida pela boca aberta do Velopatazinho que, sentindo a ausência de colherada lança de imediato berros de irritação, o Velopata consegue alimentar aquela piquena máquina enfardadeira em menos de 30 minutos.
1 tigela de sopa e 1 tigela de fruta inteiras!
Não admira portantos que o aumento de peso velopatazínhico, notado por familiares e amigos que o alevantam e pegam ao colo, comece a preocupar o Velopata. Mais uns tempos e iniciando os treinos velocipédicos, todo o peso que a piquena máquina de enfardar amealhou traduzir-se-á em sofrimento serra acima.
Terminada a refeição é hora de… Mais um sprint, ou seja, mais uma mudança de fralda.
Que é outra impressionante característica do Velopatazinho, a brutal eficácia do seu fofinho sistema gástrico. Aquilo é chop-chop a entrar por um lado e quase instantâneamente a sair pelo outro, num formato que não vale a pena perder tempo aqui a explicar pois como já muitas vezes o Velopata referiu, estas publicações são partilhadas à hora do almoço.
Fralda limpa e estômago cheio, seria de esperar que o Velopatazinho pegasse no sono, certo?
“Não querias mais nada, Velopata…” – pensará o querido leitor.
E com razão.
Segue-se um duríssimo contra-relógio por equipas cujo percurso consiste na preparação da refeição do casal Velopata, atentamente acompanhada de perto pelo Velopatazinho sentado na sua espreguiçadeira. Este é mais um momento de tensão pois entre a atenção que tanta ternura exige e a perícia técnica exigida para cortar legumes e cozinhá-los, rapidamente o Velopata se pode ver a mãos com um dedo decepado, legumes estorricados ou até mesmo um incêndio na cozinha.

Com o regresso da Srª Velopata ao lar na sua hora de almoço, o Velopata pode finalmente descansar uns minutos, situação também conhecida no meio velocipédico das grandes voltas como “o dia de descanso”, aproveitando para dar um salto ao seu espaço cibernético preferido, apenas para ouvir da Srª Velopata;
“O que é que pensas que vais fazer para o computador? Preciso de ajuda a dar-lhe banho.”
E lá se vai o escasso tempo bloguístico.
Quanto ao banho que o casal Velopata dá ao seu adorado rebento, o Velopata não se vai aqui alongar pois facilmente poderia estabelecer paralelos com as provas anfíbias, triatlos, batraquismos, homens-de-ferro e afins, mas motivos deontológicos impedem-no.
Finda a hora de almoço, a Srª Velopata regressa à sua labuta diária e termina o descanso velopático. Entra-se na terceira semana das grandes voltas com as energias do esfrangalhado pelotão no limite.
Como nos Giros, Tours e Vueltas desta vida, a terceira semana acarreta dificuldades só transponíveis pelos verdadeiros campeões velocipédicos, homens cuja vontade de querer se sobrepõe às trucidadas pernas. Seguindo esta lógica, o Velopata equipa-se à civil e decide proporcionar a ambos os dois um belo passeio pelas ruas de Faro.
Verdade seja escrita que o Velopata até pensou em registar estas actividades no seu Strava, no entanto, lembrou-se que a troupe anfíbia que o acompanha iria regozijar ante tais registos e, de modo a não perder tempo a explicar que não, o Velopata não se dedicou à corrida e muito menos se irá dedicar à natação, uma vez que andam por aí a aparecer tubarões e sabe-se lá mais o quê na nossa orla costeira, o Velopata abdicou de registar os referidos passeios.
Que são por si só autênticas aventuras, principalmente para o Velopata pois embora o Velopatazinho adore estes longos passeios (chegam mesmo a atingir a marca dos 5 quilómetros), no espaço de míseros minutos o rebento já ferrou que nem um calhau.

Passear com um rebento na cidade é mais um exemplo em como a criação de progenia faz maravilhas pelo cardio-core de um atleta, não importando qual o tipo de competição praticada (alta, baixa ou média).
Muitos saberão que pedalar em pelotão compacto não é fácil; desde crateras no alcatrão a rebuscado mobiliário urbano que surge de lado nenhum, a lista de obstáculos que podem provocar a desgraça velocipédica é interminável. Mas uns quantos há que levam o Velopata a questionar-se quem será o mafarrico por detrás deste espectacular planeamento urbano…
Postes eléctricos, parquímetros, paragens de transportes públicos; ele é um sem fim de obstáculos colocados no meio de passeios que obrigam o Velopata a transportar o seu rebento na estrada.
Passeios tão largos, mas tão largos, de uma impressionante largura tal, que nem a gerigonça que transporta o Velopatazinho consegue passar.
Rampas de acesso a passadeiras. Isso existe, ou é apenas mais um mito urbano?
Passeios com um desnível tal que o dueto velopático sente que está a atravessar o Grand Canyon (o Velopata está mesmo a escrever sobre essa maravilha geológica amaricana e não um qualquer modelo da Canyoncoiso).
E quem diria que até num simples passeio de progenitor e cria, os enlatados, como sempre, conseguiriam causar transtornos?
Se há argumento sempre esgrimido pelos famigerados condutores de enlatados, quando o Velopata navega por publicações civis relacionadas com bicicletas, é o clássico “os passeios não são para andar de bicicleta!”. Numa primeira análise, não se anda de bicicleta. Pedala-se. Depois, todos sabemos que os passeios não servem para pedalar ou para os peões (seres que ainda não descobriram a bicicleta), se movimentarem… Os passeios servem é para ESTANCIONAR OS ENLATADOS!
Esta maralha tem cá uma lata… O auge da ignonímia chegou a um ponto tal que já no final de um destes passeios do dueto, regressava um estoirado Velopata e um arrochado Velopatazinho ao conforto do lar, quando se deparam com um enlatado formato meio estacion, meio jipe, estancionado sobre o passeio adjacente a um gigantesco espaço destinado ao descanso destas destruidores de atmosfera que, óbviamente, nem se encontrava assim tão lotado. Era impossível ao dueto passar ali.
Qual não é o espanto do Velopata quando, forçado a fazer manobras no alcatrão que deixariam um adepto do Velozes & Furiosos boquiaberto, se apercebe que o dono do referido enlatado conversava com um amigo, voz notoriamente revoltada, por alguém lhe ter destruído o espelho retrovisor;
“Já viste isto pá? Algum palhaço passou aqui e deu-me cabo do espelho!” – protestava o gajo.
“Epá, realmente…” – dizia o amigo.
“Isto hoje em dia não há respeito por nada pá!” – reiterava o raro autocolante.
De imediato aquele calor que se faz sentir no âmago velopático começou a subir por ali acima… Portantos, a lógica daquele traste era que não existiria problema nenhum em estancionar em cima do passeio, atrapalhando a vida a quem transporta bebés ou até mesmo malta das cadeiras de rodas, ainda que existindo um sem número de lugares vazios no parque de estancionamento. Tudo por uma questão de conveniência. Realmente, o Velopata tinha de dar a manete à palmatória, há gente sem respeito nenhum mas pior ainda… Há gente que pura e simplesmente não se enxerga.
O Velopata ainda pensou deslocar-se até perto dos 2 mafarricos para colocar os pontos nos “i”, o único senão é que o estronço aparentava ser daqueles gajos que têm mais testosterona e esteróides nas veias que própriamente sangue e, tendo em conta que cada braço dele devia ter o dobro da largura das espectaculares pernas velopáticas, o Velopata pensou na sua saúde e dentição, optando por ficar calado.
Se alguém hesita quando o Velopata se farta de protestar que as cidades continuam a ser planeadas dessa forma desprovida de humanidade e únicamente para uso exclusivo do enlatado, o Velopata sugere que façam um passeio de cadeira de rodas ou mesmo a transportar um bebé naquelas gerinconças.
Mas há mais.
Razias.
Isso mesmo que o leitor acabou de ler… Razias.
O dueto chegou a levar razias de enlatados que passavam a escassos centímetros, nas várias vezes que se viu forçado a deslocar-se no alcatrão. Porquê? Porque estavam fileiras intermináveis de enlatados parados no passeio onde, por curiosidade, até era poribido estancionar.
E a cereja no topo foi quando uma aventesma até buzinou ao Velopata, indicando que este deveria estar fora da estrada, justamente numa zona onde não existia passeio. Que mais se poderia pedir? Emoção e aventura não faltaram nestes passeios.
E claro, há ainda o São Pedro, o peso e o aero.
Por muito que custe ao querido leitor acreditar, a geringonça onde o Velopatazinho se faz transportar não é carbono, daquele que é mesmo só carbono, 100% carbono, full aerocarbono. Até porque analisando os preços praticados pelos vendedores destes equipamentos, o material de que são feitos deve ser algo só utilizado pela NASA e outras agências espaciais. Facilmente o Velopata poderia adquirir várias Estrelas Vermelhas pelo preço que algumas destas gerigonças conseguem atingir.
Sempre disposto a colaborar, foram vários os dias em que o São Pedro patrocinou os passeios do dueto com uma espectacular ventania que fez o Velopata expelir vários bofes, principalmente nas subidas. Isto deixou o Velopata a matutar na possibilidade de escrevinhar uma carta aos vários fabricantes destes meios de transporte puerpéricos, recomendando testes nos túneis de vento de modo a conseguir produzir uma geringonça mais aero.
E claro, para o final desta análise ao passeio velopático, não poderia faltar a referência a essa património da humanidade que é… O pavê. Ou em português corrente, a belíssima calçada.
Quem é que no seu perfeito juízo acreditou que aquele era o melhor tipo de pavimentação? O querido leitor acredite quando o Velopata escreve que alguns dos sectores de pavê por onde passou fariam inveja a qualquer paralelipípedo de Roubaix.
Mas realmente engraçado é o comportamento do Velopatazinho.
Ferrado, ferradíssimo.
A medição de membros fálicos que é a guerra entre Coreia do Norte e os UsofA poderia arrebentar que o desgraçado continuaria a dormir. Findo o passeio e de regresso ao conforto do lar, basta que o relógio de pulso velopático produza aquele quase inaudível “bip-bip”, indicativo da mudança de hora, e lá está o futuro vencedor de grandes voltas de olhos bem arregalados, goela pronta a estourar.
Já no conforto do lar atinge-se a etapa de consagração nos Champs-Élysées, que se traduz em mais uns momentos de galhofa entre progenitor e cria.
Chegando o final do dia, a Srª Velopata regressa ao lar, podendo o Velopata aproveitar o parco tempo pré-jantar para uma das suas já famosas sessões de auto-tortura nos rolos de treino. Segue-se o sprint para a jantarada, chegando a noite, na qual o Velopatazinho fecha os olhos para o bom do seu soninho recuperador, uma vez que ser-se assim fofo todo o dia também cansa e muito.
Sentados no sofá da sala, que como muitos leitores saberão “era” novo, até ao dia em que a Gata Gorda decidiu começar a afiambrá-lo, a Srª Velopata olha para o Velopata, derreado no seu sofá e começando já a produzir pelos seus próprios meios, um som semelhante ao som de um rolo de treino em carga;
“Se quiseres podes ir agora para o computador. Ele já está a dormir.”
“Não consigo.”
“Então? Agora que tens tempo livre já não queres ir?” – questiona uma incrédula Srª Velopata.
“O Velopata está cansado e vai mas é deitar-se que amanhã é outra etapa.”
E é por estas mais de 3433 palavras acima que o Velopata chega ao final do dia de rastos.
A boa notícia para o leitor (e a má notícia para o Velopata), é que este mês de licença parental terminou e o Velopata regressou à sua labuta diária, podendo agora retomar a sua espectacular e inspiratória escrita, ficando a sensação que o Tour de Soup correu bem e o Velopatazinho em breve se poderá transformar num belíssimo Velopatazeco.
Abraços velocipédicos,
Velopata