Uma compilação das parvoíces que o Velopata já foi dado a ouvir ou ler, oriundas dessa estranha mas linda troupe que são os ciclistas e relacionados. Ele incluído e tudo.
“Estou farto de andar de bicicleta.”
– Canhão de Lagos, após uns míseros 100 quilómetros de pedalada por São Marcos da Serra com o objectivo de passear até à Fóia. Ainda nem Monchique aparecia no horizonte e já o Canhão de Lagos proferia tamanha blasfémia.
“Não me vou meter nessa estrada com uma bicicleta que tem 15% do meu peso corporal.”
– Mini Pro Ressabiado. Então e quando é o resto da malta que tem de acompanhar o seu metro e meio de altura com os seus etíopes 40 quilogramas de peso, por estradas com inclinações de 15 e 20%, como é? A lata deste gajo…
“Compreendo agora a importância do peso de um atleta no ciclismo.”
– Carlos Betancur, ciclista profissional há uns largos anos, da equipa World Tour Movistar. Esta é daquelas que poderia muito bem aparecer no canal Euronews, na sua célebre rubrica “Sem comentários”.
“Até porque ele ainda não ligou o frooom, frooom.”
– Paulo Martins, comentador da Eurosport, tecendo comentários sobre Froomster e o facto de este ainda não ter engrenado o seu modo de pedalar louva-a-deus-esquizo-trepador. Na humilde opinião velopática, a figura de estilo utilizada não foi a mais apropriada uma vez que “frooom, frooom” pode muito bem ser o som de um motor em acção, algo de que a Sky foi acusada pelo grande L´Americain, Greg LeMond.
“Só levo os dois bidons com metade da água em cada um. Assim levo menos peso.”
– Terror das Furgonetas, no início de uma group ride de 140 quilómetros. No Algarve. No Verão. Com 35 ºC de temperatura ambiente média. Um gajo que pesa aí uns 90 quilogramas. Lógica velocipédica no seu melhor.
“Parabéns pela vitória de hoje! O que podemos esperar para amanhã de André Greipel, na mítica etapa do Alto do Malhão?” – questionou o jornalista.
“Tentar não levar uma carochada daquelas e chegar dentro do controlo dos 20 minutos!” – respondeu um Gorilão sorridente.
Risota geral. Ao que o jornalista insiste;
“Não, agora a sério, o que esperar de Greipel para amanhã?”
“Eu estava a falar a sério.” – respondeu um Gorilão, agora atónito com a triste insistência do jornalista.
Esta o Velopata até pegou no comando remoto da sua TV, que ainda não é smart, para se certificar que assistia a RTP2 e não a CMTV, tal o requintado e prestigiado nível de repórter.
“Não tens aí este mesmo modelo, mas em carbono e aero?”
– Velopata, questionando o mecânico Pantera, da G-Ride Concept Bike Store, sobre os pineus Vittoria Rubino Pro a montar na sua Estrela Vermelha.
“Sabes, o gajo do Ferrari raramente presta atenção aos outros carros.”
– Falso Lento, quando questionado se conhecia determinado comparsa de pedalada que se mune de uma Giant de coloração estranha. Naquela presunção de São Brás de Alportelense, Falso Lento fez questão de notar que é portador de uma Chinare… Pinarello e, como tal, não reconhece companheiros pelas binas. Mafarrico, o Velopata tem uma notícia para ti; tu não prestas atenção às bicicletas dos outros não é por teres o equivalente velocipédico de um enlatado ultra-mega-hiper-absurdamente caro, é mesmo porque ficas logo para trás assim que a estrada inclina 0,0005%, não conseguindo acompanhar todas as outras binas. Que até são mais baratas.
“A minha mãe toma esse diurético às refeições e muito provavelmente enquanto dividia as tabletes nas várias doses, alguns devem ter ido parar ao meu prato.”
– Michael Bresciani, ciclista profissional da equipa Bardiani-CSF, justificando o seu positivo teste anti-doping ao proibido diurético Furosemida. Com que então a culpa é da mãezinha…
“Sabes, a malta do triatlo é muito assim; dizes que este ou aquele componente ajudam-te a ir mais rápido e no dia a seguir até fazem fila na loja para o comprar. Vocês, ciclistas, também são assim?”
– O Grande Batráquio. Estás a gozar? Foram os ciclistas que inventaram isso! O Velopata até tem uma teoria; se um daqueles sites/revistas/coiso velocipédicos, certo dia, publicar que determinado estudo (pouco) científico descobriu que alojar uma beterraba naquele sítio onde o Sol não brilha aumenta o power da pedalada, o Velopata garante, pela saúde da linda Estrela Vermelha, que no dia seguinte aí uns 99,9% do pelotão amador vai aparecer para o trabalho com um andar novo.
“A redução do número de ciclistas por equipa, de 9 para 8 elementos, aumentará em muito a segurança dos atletas durante as principais provas.”
– Porta-voz do CCP (Conselho Ciclismo Profissional). Claro que tal medida beneficiará a segurança dos atletas – em vez de 198 desaustinados mafarricos a gladiar sobre quem chega primeiro à meta, teremos aí uns 176 alucinados sem amor ao carbono e à vida. GRANDE DIFERENÇA.
“Treinos com médias abaixo dos 30 km/h não se colocam no Strava.”
– Pro Ressabiado. Que campeão. O mafarrico que não entende o conceito de “rede social”, colocando os seus treinos em privado nessa maravilha da velocipedia que é o Strava.
“Os peões deveriam utilizar roupas mais coloridas.”
– Comandante Geral da GNR. Resposta real que o Velopata viu e ouviu na sua tv que ainda não é smart. Quem também não é nada smart é este mafarrico que se sai com uma tirada destas quando questionado sobre os cinco atropelamentos semanais de enlatados a peões. O Velopata até perceberia esta lógica batatóide caso algum estudo provasse que o número de atropelamentos é superior na população gótica em relação à população civil.
“O grande problema das estradas portuguesas são os ciclistas que, na sua vasta maioria, não cumprem o Código da Estrada.”
– Jorge Jaboc, Presidente da ANSR (Associação Nacional de Segurança Rodoviária). AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH! O Velopata até queria comentar esta mas… AH! AH! AH! AH! AH! AH! AH! AH!
Abraços velocipédicos,
Velopata