Vergonha.
Humilhação.
Estas podiam ser algumas das palavras que o Velopata utilizaria para descrever o que se passou neste querido mês de Agosto na sua Divisão Velopata – então o Velopata fez um apelo ao pedal e ao carbono, à guerra e guerrilha velocipédica de modo a combater o opressor jugo tirânico da malta de Biseu e o que fez a troupe algarvia?
Engoliu carochas.
Carochas em monte.
Tantas carochas que algumas até foram bem difíceis de engolir e digerir.
Pois foi isso mesmo que ocorreu este mês, quando compromissos familiares velopáticos levaram a que o Velopata não conseguisse intrometer-se na luta pelos lugares cimeiros da Divisão. Ele esperava que alguém ocupasse o selim deixado vago na luta velocipédica. Ainda para mais quando o escaldante e tórrido verão algarvio cedeu, dando umas tréguas à malta mas não deixa de ser curioso que a malta do distrito que se auto-intitula “cheio de tradição velocipédica”, tenha sofrido carocha atrás de carocha da malta de Biseu.
Mas nem tudo foi azedume neste querido mês de Agosto. Uma nota feliz é o facto de que a nossa querida Divisão Velopata conta já com mais de cem membros, prometendo crescer ainda mais. Resta saber se mais ressabiados do reino dos algarves e do estrangeiro do norte se vão juntar e intrometer nesta luta carbónica pela distribuição de carochas.
Jersey Papa-Quilómetros
1º José Pais – 3344,8 km
2º Calhau Rolante Amílcar – 2382,2 km
3º Luís Abrantes – 2259,3 km
Cruzes canhoto! O ressabio que para aqui vai! Pelo segundo mês consecutivo o Real Distribuidor de Carochas de Biseu, José Pais, foi quem mais quilómetros embutiu nas pernas mas felizmente, no estrangeiro lá de fora que é a terra do queijo com buracos, existe um membro da nação velopática que muita luta deu – o Calhau Rolante respondeu ao chamamento velopático da luta carbónica, caso contrário, teríamos um pódio exclusivamente biseuense, pois o terceiro lugar também pertence a um Carocheiro de Biseu, Luís Abrantes que, após a publicação da análise velopática de Julho, prometeu ressabiar a níveis astronómicos. E aqui, o Velopata tem de dar a manete à palmatória; esta malta quando promete, cumpre.
Mas ainda há esperança para o Velopata e restante troupe algarvia – através dos seus cónéquetes o Velopata descobriu que quando as férias escolares terminarem e o ano lectivo se iniciar, a malta de Biseu se verá aflita para manter estas quilometragens. Resta aguardar esperançoso, acendendo umas velinhas de seitan ou tofu para conseguir o auxílio dos santinhos velocipédicos, que a troupe algarvia consiga devolver algumas carochas à malta de Biseu. Daquelas bem grandes e gordas.
Jersey Carapau de Corrida
1º Jorge Gaspar – 31,6 km/h
2º Marco Rodrigues – 31,1 km/h
3º Marco Prima – 30,9 km/h
A sério; é só ao Velopata ou mais ninguém sente aquela moínha cerebral pelo facto de que o membro do clube que melhor média apresenta durante todo um mês de treinos seja… Um Batráquio??? Onde está a honra e neste caso, a vergonha dos verdadeiros ciclistas, homens de perna rija e depilada?
Destaque ainda para o regresso de Marco Rodrigues a esta classificação, facto este muito importante para o moço pois ao que o Velopata apurou, parece que ele está a preparar mais uma daquelas suas maluquices de não-sei-quantos-quilómetros de estalo em bêtêtê. E depois ainda dizem por aí que o Velopata é que é maluco com as suas longas tiradas.
No terceiro lugar temos um estreante, Marco Prima, que apesar de o Velopata desconhecer pessoalmente, é fácil perceber como pode o homem pedalar com médias destas – o moço faz-se armar de uma BH G5coiso e sobre ele o Velopata já sabe uma coisa. O moço tem bom gosto para bicicletas.
Jersey Cabra da Montanha
1º José Pais – 45663 m
2º Calhau Rolante Amílcar – 41661 m
3º Luís Abrantes – 33407 m
Esta é a categoria que o Velopata entende como sendo a mais lixada onde gladiar com a troupe biseuense. Com tanta variedade de serra à sua volta e a mítica e apaixonante subida à Torre como pano de fundo do seu quintal, será muito difícil que algum outro ressabiado que não de Biseu se safe nesta categoria. Como foi habitual este mês, apenas o Calhau Rolante voltou a dar luta mas lá está, o moço vive na terra onde as montanhas estão vivas com o som da música e há muito chocolate (pois toda a gente sabe que o clima suíço é óptimo para o cultivo de tão apreciada iguaria). Resta saber se mais algum alucinado se juntará à Divisão Velopata, particularmente um ressabiado que viva em Trás-Os-Montes ou algo que o valha. Daqueles que numa curta volta se vê obrigado a fazer aos 3000 e 4000 metros de acumulado. E isto só para sair da rua onde vive.
Jersey Alucinado Diário
1º Placas – 61 voltas
2º Carlos Aboim – 52 voltas
3º O Gajo que já foi Prof – 45 voltas
Parece que o trono de Carlos Aboim, o nosso guerreiro diário a viver pelas terras do Brexit, finalmente assistiu à usurpação bruta do seu lugar cativo pelo Sôr Placas e logo com uma larga vantagem. Pelo pedalar da bicicleta, parece ao Velopata que a luta velocipédica entre estes dois membros do clube vai ser renhida.
Destaque também para o regresso de O Gajo que já foi Prof ao pódio, terminadas as suas férias, também ele retomou as suas deslocações para onde, com certeza, tão afincadamente labuta, aumentando assim o seu número de voltas registadas.
Estes 3 membros do clube já revelaram o seu largo interesse pelo lugar cimeiro deste pódio mas, através das suas análises stravais, que é como quem diz, da sua cusquice, o Velopata sabe que enquanto o mais-que-tudo leitor lê estas linhas, um vegeta ressabiado prepara-se para assaltar de rompante esta classificação.
E não.
Não é o Velopata, este novo concorrente que ele escreve sobre.
Parece que andem por aí mais uns gajos que sofrem desta “maleita vegeta”, nas palavras da larga maioria dos companheiros de pedalada velopáticos.
E com este, que o Velopata reconhece ser mais magrinho que um somali esfomeado ou um etíope faminto, todo o cuidado será pouco.
Jersey Melhor Batráquio
1º O Grande Batráquio – 1731,5 km
2º João Pedro Oliveira – 1261,4 km
3º Jorge Gaspar – 1207,8 km
O batraquiame anda extasiado pois o que parece não faltar são provas em monte onde podem coaxar ao mais alto nível. Desde o triatlo da Serra da Estrela até à prova do Homem de Ferro na terra natal do Velopata, Cascais, os batráquios têm mais do que razões para sorrir. Ou coaxar. Uma caturreira, como se diz pelos arredores da saudosa e bonita baía de Cascais.
Mas o que os deixou realmente fora dos eixos pedaleiros foi saberem que o Velopata adquiriu umas barras aerocoiso para equipar a sua Estrela Vermelha.
De imediato, no mundo que é a internet, sucederam-se os comentários esperançosos de que finalmente o Velopata se havia convertido ao Batraquismo e que estas Testemunhas de Batráquio tinham conseguido convencer mais um a juntar-se ao seu crescente número. Que o coaxar ia agora ser muita forte com a presença do Velopata nas suas fileiras.
Tal facto deixou o Velopata assim a modos, maneiras que… Tristonho… Primeiro porque por alguma indescritível razão, eles parecem acreditar que as barras aerocoiso foram inventadas para aquele desporto do triatlo e depois porque todos se parecem esquecer das regras velominati, única religião com sentido no Universo Conhecido do Velopata, e que ele tenta seguir à letra de modo a não ofender Suas Altas Eminências Velocipédicas;
- só é permitido nadar para evitar o afogamento;
- só é permitido correr em caso de se estar a ser perseguido e a bicicleta não se encontrar por perto.
Mas o Velopata não se quer alongar neste assunto pois esta publicação não é sobre isso. Para tal análise técnico-táctica o Velopata prepara já uma outra publicação, a lançar no mundo internético em breve.
Ah, quanto às classificações batráquias foi… Mais do mesmo. O Grande Batráquio soma e segue rumo à sua preparação para o Homem de Ferro no Hávai ou lá onde é a prova onde se vão reunir coaxares de todas as regiões do mundo (deve ser cá um cagaçal), enquanto o resto do batraquiame discute os restantes lugares do pódio.
Por outras palavras; a cada mês, esta classificação assemelha-se ainda mais ao Tour e Vuelta, onde temos uma espécie de Froomster Batraquiano a distribuir carochedo em monte.
Jersey Lanterna Vermelha
Eu Vi A Luz – 27,8 km
O Eu Vi A Luz é um gajo que merece todo o respéquete do Velopata pois de todos os membros do nosso querido clube, é o único que, montado na sua bicicleta, viu a luz ao fundo do túnel e nem sequer um comboio era.
Era mesmo o Chamamento do Além!
Mas por milagre de Sua Eminência Santo Agostinho, o moço sobreviveu à Mãe-de-todos-os-Esbardalhanços para contar a história e já muitas vezes deu dicas ao Velopata sobre como abordar as longas distâncias.
Por isso o Velopata gosta muito dele.
Por isso e porque também ele era adepto do cigarrito pós-pedalada.
Veremos se com mais tempo o moço se desmarca desta jersey, porque se há pessoa a quem o Velopata não a queria atribuír era o Eu Vi A Luz. Mais depressa a atribuía a um qualquer gajo de Biseu, mais não fosse, apenas para ter o prazer do achincalho gratuito.
Jersey Melhor Macho Ressabiado
1º José Pais
2ºCalhau Rolante Amílcar
3º Luís Abrantes
Eles merecem.
Não há muito mais a escrever.
Jersey Melhor Fêmea Ressabiada
1ª Lioness of Porches
2ª Pro Ressabiada
3ª Verónica Fernandes
A Lioness of Porches continua as suas manifestações nas redes sociais sobre a sua paixão com a nossa querida Fóia, traduzindo-se assim num avassalador domínio nesta contenda feminina.
Os restantes lugares do pódio têm sido repartidos, mês após mês, entre as várias fêmeas do clube que, apesar de tudo, ainda parecem poucas aos bonitos olhos castanho-esverdeados do Velopata.
E prontos. Foi assim a miséria velopática durante o querido mês de Agosto.
Resta agora saber se, com o dimunir das temperaturas e finda a época balnear, a maralha algarvia se vai finalmente juntar toda sob a mesma fibra carbónica e fazer frente ao avassalador domínio da troupe biseuense.
E já sabem, qualquer reclamação ou sugestão podem sempre enviar para;
aindavaoverdoqueecapazoressabiovelopatico@vergonhaalgarviamail.com
Abraços velocipédicos,
Velopata