Avaliação velopatóide: Assos MilleSock Evo 7

Assos.

A marca é sinónimo de gajos bons a guardar o dinheiro dos outros sem pagar os devidos impostos, delicioso chocolate que dir-se-ia sair direto das tetinhas das vacas mimosas, queijo com buracos, canivetes jeitosos e montanhas vivas com o som da música (ou isso era na Áustria? Verdade seja dita, o Velopata já não vê televisão no natal há alguns anos).

Velocipedicamente falando, a marca Assos tem presenteado ciclistas profissionais e amadores com belíssimas peças de indumentária licrosa, recheadas de pormenores de qualidade e durabilidade.

Que o Velopata já era fã da marca desde a aquisição das suas luvas de pedalada outonal não é novidade. Mas ele precisava algo mais.

Foi então que uma bela tarde de Maio, após visitar a G-Ride Concept Bike Store, para que o sempre atencioso médico de serviço avaliasse o estado do pedaleiro da Brownie, ele decidiu investir os seus arduamente ganhos eirios num pacote de peúgos da Assos, o clássico pacote de peúgos shampoo, uma vez que é 2 em 1, específicos para pedaladas no Verão. No dia seguinte lá foi ele para a estrada, de bonitos peúgos calçados.

Após a primeira pedalada com os peúgos, as sensações do Velopata foram tais que decidiu escrever uma review, agradecendo à referida Assos por tão bela peça de indumentária velocipédica, criada e disponibilizada pela sempre brutalmente elevada quantia monetária. Mas, como o querido leitor verá, a qualidade paga-se. Além de que os peúgos da Assos são desenhados na Suíça e fabricados em Itália. E os italianos com certeza cobrarão mais pela mão de obra que os chinocas. Se bem que, e tal já aconteceu, estes peúgos podem ter sido fabricados em Itália por escravos oriundos da China, fechados em contentores num qualquer porto marítimo italiano mas, mais uma vez, lá sai o Velopata disparado a divagar.

Abertura fácil. Tendo em conta as vezes que o Velopata gladiou com pacotes e pacotinhos, embalagens e embalagenzinhas com a indicação de abertura fácil seria de esperar que, como habitualmente, fosse necessário clamar pelo auxílio da Srª Velopata para separar os peúgos da sua embalagem, mas a verdade é que os engenheiros da Assos sabem o que fazem e rapidamente o Velopata segurava os peúgos nas suas manápulas, tardiamente percebendo que apesar de bons a engenhar, os moços da Assos parecem sofrer de daltonismo.

A verdade é que os peúgos em questão sofrem de dimorfismo cromático peugal, uma doença que ataca os peúgos brancos; o peúgo esquerdo torna-se negro e o peúgo direito vermelho ou até mesmo encarnado. Esta doença de origem viral foi um problema no final da primeira década do ano 2000, incidindo principalmente sobre as sapatilhas Converse All-Star, que o Velopata bem viu muitas sapatilhas de adolescentes padecer desta maleita cromática.

O Velopata matutou; sabia que seria gozado pela restante troupe mas tendo em conta a sua adolescência gótica e o facto de sempre ter preferido equipamentos negros além de que a Estrela Vermelha é encarnada, os peúgos somariam a todo um pandã bem bonito.

E o que dizer da sensação do toque?

Muitos leitores saberão que a lã de merino é dos materiais mais nobres para a confeção de vestuário, seja ele licroso ou civil, mas sempre na vanguarda da inovação tecnológica, a Assos trabalhou com variados tecelãos de renome mundial e chegou à conclusão que a lã da caranguejeira-rosa-chilena (Grammostola rosea), uma espécie de tarãntula que habita nos Andes, é a que mais ganhos desportivos apresenta.

E como o Velopata os sentiu.

Assim que os calçou, de imediato se destacou a rigidez do peúgo, potenciado pela referida lã de caranguejeira-rosa-chilena e aqui a Assos joga a sua forte cartada; esta lã encontra-se justaposta com nanofibropartículas de carbono de alto módulo hidroformado Fact10 CCP (ao que o Velopata conseguiu apurar CCP é a sigla para Caro Com´á Potassa), o que confere ao peúgo uma rigidez superior em 60% quando comparado com o modelo anterior.

E o que dizer dos ganhos aerodinâmicos?

Testes no túnel de vento permitiram à Assos concluir que a referida lã de caranguejeira-rosa-chilena, justapostos com as tais nanofibropartículas de carbono e blá-blá-blá whiskas saquetas, permitem ganhos aerodinâmicos na ordem dos 80% quando comparados com um peúgo standard.

Ingredientes à parte, a verdade é que pedalar com estes peúgos high-tech é um prazer; a sua rigidez sente-se a cada pedalada, não deformando o formato do peúgo e permitindo a transmissão de toda a potência xispalhal sobre o pedal, o aero permite fatiar o vento como poucos outros peúgos de gamas semelhantes ou até superiores o conseguem e a refrigeração constante do pé, conseguida através do sistema Titan Climatech Carbon Aero Comfort, que consiste numa invisível costura com inserções de titânio ao longo do cano do peúgo, impede o síndroma do hot foot (em português, o síndroma do xispe quente), que tantos atletas aflige, mantendo o pé sempre fresco no mais abrasador dos calores. A Assos apresenta assim uma garantia que o amador ressabiado e o cicloturista de fim de semana não utilizem mais a desculpa do infernal calor de agosto para não pedalar.

Também a invisível costura frontal do peúgo, junto às pontas dos dedos dos xispes do atleta, encontra-se reforçada em alumínio, permitindo ao atleta não cortar as gânfias dos xispes durante vários dias, o que se revela uma excelente aposta da Assos no ciclismo de longas distâncias, visto que o mercado ainda não produz corta-unhas de carbono de alto módulo e todos sabemos que levar essas gramas extra do corta-unhas em aço inoxidável numa longa tirada de vários dias, com certeza fará toda a diferença.

Quanto à altura do cano, a Assos teve em conta as indicações velominati e produziu um peúgo de dimensões perfeitas. O Velopata nada tem a assinalar.

Como nota final o Velopata tem apenas um apontamento a fazer aos queridos leitores; do que estão à espera para se deslocarem à G-Ride Concept Bike Store munidos do vosso cartão VISA e fazer um favor aos vossos xispes e respectivas chancas de ciclismo, adquirindo já uns espectaculares peúgos da Assos?

Palavra de Velopata, não se arrependerão.

 

Abraços velocipédicos,

Velopata

Deixe um comentário

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Imagem do Twitter

Você está comentando utilizando sua conta Twitter. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s